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"Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles" vira filme de guerra impulsionado por efeitos especiais

LUIZ VITA

Do Cineweb

17/03/2011 12h14

Como fazer um filme de ficção científica sem ciência  e sem ficção? Basta chamar o diretor sul-africano Jonathan Liebesman (de "No Cair da Noite") e ele colocará em cena um punhado de jovens recrutas, um ator carregador de piano e uma equipe talentosa para os efeitos especiais, onde serão torrados boa parte dos US$ 100 milhões do orçamento. Mesmo assim, ele entregará no máximo um filme de guerra com muito tiroteio e pouca emoção.

Essa foi sua receita em "Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles", que chega sexta-feira aos cinemas no Brasil, depois de estrondoso sucesso nos Estados Unidos - onde estreou na semana passada, liderando as bilheterias com US$ 35 milhões apenas no fim de semana. O público foi conferir por sua conta e risco, pois a crítica foi unânime em classificá-lo como "violento, barulhento e estúpido". Para o influente crítico Roger Ebert, chamar o filme de ficção científica é um insulto às palavras ciência e ficção.

O que se vê na tela é um punhado de fuzileiros navais, liderados por um sargento durão (Aaron Eckhart, de "O Amor Acontece"), correndo de um lado para o outro em meio aos escombros de uma cidade arrasada. Ele tenta, quase que solitariamente, enfrentar invasores alienígenas que já atacaram diversos pontos do planeta e, agora, procuram destruir Los Angeles. Eles chegaram no interior de meteoros que caíram em vários países.

TRAILER DO FILME ''INVASÃO DO MUNDO: BATALHA DE LOS ANGELES''

Não se sabe a razão do ataque, mas fica a suspeita que os alienígenas estão atrás de suprimentos abundantes de água. Por isso, surgem nas regiões costeiras de Los Angeles,  arrasando toda a orla, como um tsunami. Para os militares, como revela um comandante, é ponto de honra impedir que Los Angeles caia - embora a cidade seja praticamente só ruínas, como mostram as tomadas aéreas da terra arrasada e fumegante.

Os alienígenas são uma mistura híbrida de seres biológicos e máquinas, dotados de armas nos braços que disparam incessantemente. Numa das cenas, completamente desnecessária, ao abater um dos inimigos, o sargento abre o peito da criatura com uma faca e revira seus tecidos gelatinosos com as mãos, em busca de um órgão vital que possa decepar. Uma espécie de lição de anatomia, em pleno campo de batalha.

Eckhart se esforça na composição do sargento durão que praticamente enfrentará os alienígenas no mano-a-mano enquanto busca sobreviventes civis entre as ruínas de lojas e prédios. O barulho ensurdecedor dos ataques e das explosões de bombas obriga os personagens a se comunicarem aos berros. Os diálogos limitam-se a frases curtas sobre os movimentos seguintes e ordens de comando.

Todos os subordinados do sargento são interpretados por atores novatos, compondo um mosaico étnico multivariado e colorido, que inclui ainda a única mulher do grupo, uma sargento interpretada por Michelle Rodriguez (a policial Ana Lucia, do seriado "Lost", que parece mais perdida aqui do que na ilha misteriosa).