''Eu Sou o Número Quatro'' agrada mais aos garotos do que ''Crepúsculo'', diz roteirista

Jovem estudante se apaixona por bonitão misterioso que não é humano. E, se quiserem ficar juntos, eles terão de enfrentar muitas criaturas estranhas pelo caminho. A sinopse soa familiar? À la “Crepúsculo’’? Sim, e a semelhança com a saga de vampiros e lobos não é mera coincidência. “Eu Sou o Número Quatro’’, em cartaz no Brasil, foi concebido para ser o novo “Crepúsculo’’, inaugurando mais uma série de filmes com vocação sobrenatural voltada ao público adolescente.

A diferença aqui é que a franquia aborda o romance pouco provável do ponto de vista masculino, com muito mais cenas de ação. E, no lugar dos vampiros e lobos, entram raças alienígenas rivais. “Agora é a vez dos garotos que foram aos cinemas com suas namoradas, fãs de ‘Crepúsculo’. Eles vão gostar muito mais do nosso filme’’, diz o roteirista Miles Millar, que escreveu “Eu Sou o Número Quatro’’, em parceria com Alfred Gough e Marti Noxon.

"Eu Sou o Número Quatro", filme da DreamWorks, tem todos os ingredientes para se tornar uma febre entre o público jovem. Tem história de ETs, casal de protagonistas bonitinhos, muitas explosões, efeitos especiais a rodo, um cãozinho simpático e até o nerd-melhor-amigo. A trama, dirigida por D.J. Caruso, porém, peca pela velocidade. Tudo acontece rápido demais nos 109 minutos do longa e não precisaria ser assim.

• LEIA A CRÍTICA COMPLETA DO FILME

Baseado no primeiro volume da série de livros “Os Legados de Lorien”, de Pittacus Lore (pseudônimo de James Frey e Jobie Hughes), o longa segue os passos de um dos últimos sobreviventes do planeta Lorien, John (Alex Pettyfer). Durante o seu exílio na

Terra, onde se esconde dos alienígenas Mogadore, ele conhece Sarah (Dianna Agron, mais conhecida como Quinn Fabray, a manipuladora líder de torcida da série “Glee”).

“Embora traga elementos de ‘Crepúsculo’, a nossa história de amor é mais calcada na ficção científica. Uma das minhas inspirações foi ‘Starman – O Homem das Estrelas’, de 1984’’, afirma o diretor D.J. Caruso, referindo-se ao filme protagonizado por Jeff Bridges – no papel de alienígena que toma a forma de um homem morto e recebe a ajuda da viúva para retornar ao seu planeta.

“Quem apostou no livro ‘Eu Sou o Número Quatro’ foi Steven Spielberg. Ele comprou os direitos da obra (pela DreamWorks Pictures) quando ela ainda era um manuscrito’’, conta Caruso, lembrando que o livro chegou às livrarias dos EUA, em agosto do ano passado, pela HarperCollins, quando as filmagens já estavam terminando. No Brasil, o livro foi lançado recentemente pela editora Intrínseca. O segundo volume, “The Power of Six’’, deve ser publicado nos EUA em agosto. No total, serão seis volumes.

“Diferentemente de ‘Crepúsculo’, nós apostamos na adaptação sem saber se poderíamos contar com uma base sólida de fãs do livro’’, diz Caruso, que foi convidado por Spielberg para substituir Michael Bay na direção do filme. Bay responde aqui apenas pela produção, deUS$ 60 milhões. “Como Bay continua muito envolvido na franquia de ‘Transformers’, Spielberg passou o projeto para mim.’’

O ator Alex Pettyfer não reclama do fato de “Eu Sou o Número Quatro’’ não ter se consagrado como fenômeno literário antes da adaptação chegar às telas. “Prefiro assim. Do contrário, nós do elenco sentiríamos uma pressão muito grande no sentido de corresponder às expectativas dos leitores, como os atores de ‘Crepúsculo’ devem ter sentido.’’ Pettyfer acredita que a nova franquia difere do fenônemo que projetou Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner pelo leve toque de humor. “Nós não nos levamos quanto a sério quanto eles’’, ironiza.