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Pelé compensa a falta de Wagner Moura na abertura do Festival do Recife

Pelé recebe o Troféu Calunga de Ouro no Cine PE (30/04/2011) - Andréa Rêgo Barros/Divulgação
Pelé recebe o Troféu Calunga de Ouro no Cine PE (30/04/2011) Imagem: Andréa Rêgo Barros/Divulgação

THIAGO STIVALETTI

Colaboração para UOL, de Recife

02/05/2011 11h21

Foi um balde de água fria a ausência de Wagner Moura, que viria ao Recife para ser homenageado na abertura do festival Cine PE. O ator ficou preso nas gravações de seu novo filme, "A Cadeira do Pai", em Paulínia, no interior de São Paulo.

O diretor do festival, Alfredo Bertini, chega a anunciar uma entrada ao vivo de Wagner no telão do Teatro Guararapes, mas nem em vídeo o ator dá as caras. Sobra uma das cenas mais estranhas da noite: a mãe de Wagner, dona Alderiva, agradecendo e abraçando um boneco gigante do Capitão Nascimento.

Mas as 3.000 pessoas que lotam o cinema nem lembram mais de Wagner quando chega Pelé, o outro homenageado da noite, coberto de aplausos. O craque é tema do documentário "Cine Pelé", de Evaldo Mocarzel, exibido na abertura.

No filme, Pelé conta histórias divertidas de seus trabalhos como ator, como o constrangimento de fazer uma cena de sexo com Tereza Rachel bem na frente do marido dela, o diretor Ipojuca Pontes, no filme "Pedro Mico" (1985). Confessa o seu desconforto em frente às câmeras: "Parecia que era outra pessoa que estava fazendo aquilo (as cenas)". E toca violão, cantando até uma música composta por ele, "Abre a Porteira", gravada por Jair Rodrigues.

O público ri, mas fica mais entusiasmado quando o assunto muda pro futebol. Entra em êxtase quando o craque critica Maradona: "Sempre ficou na esquerdinha, sem saber cabecear. É um jogador excelente, mas não completo". O craque prefere elogiar outro argentino, Messi, hoje no Barcelona.

Copa atrasada

Na conversa com os jornalistas, Pelé aproveita para puxar a orelha do governo sobre o atraso nas obras para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. "Ficamos três anos nos comitês para conseguir trazer a Copa e as Olimpíadas. Infelizmente tá atrasado mesmo. O estádio do Corinthians já devia ter começado. Suamos tanto pra conquistar isso, agora não podemos envergonhar. Não dá pra achar que em cima da hora a gente faz."

O craque desconversa quando perguntado sobre seus filmes brasileiros preferidos. Prefere relembrar histórias de filmagens. Em "Fuga para a Vitória" (1981), ele e Sylvester Stallone jogam num time de aliados liderados por Michael Caine contra o time alemão na época da Segunda Guerra. Stallone não sabia jogar bola, tentou por horas fazer uma bicicleta e não conseguiu - foi salvo por Pelé.

E lembra de um jogo do Santos na França em 1971, quando Brigitte Bardot apareceu de shortinho curto para cumprimentar os jogadores e dar o pontapé inicial do jogo. "Depois de dar um abraço nela, foi difícil entrar em campo", brincou.