"Como sou um punk britânico, decidi que ninguém iria me dizer o que posso ou não fazer", conta ator de "Padre"
O que há com Paul Bettany e sua série aparentemente interminável, saída do nada, de filmes de ficção científica, horror e/ou com temas religiosos?
Para um ator britânico antes conhecido por filmes mais artísticos como “Uma Mente Brilhante” (2001), “Mestre dos Mares –O Lado Mais Distante do Mundo” (2003) e “Wimbledon –O Jogo do Amor” (2004), é surpreendente ver sua filmografia recente, que inclui filmes como “O Código Da Vinci” (2006), “Homem de Ferro” (2008) e, agora, o thriller de vampiros “Padre”, em cartaz no Brasil desde 13 de maio.
“Olha, eu realmente amo filmes”, diz Bettany, “e adoro esses tipos de filmes. Mas acho que na verdade isso começou com uma conversa com um amigo, que disse: ‘Bem, você nunca será um sujeito de ação’. E, como sou um punk britânico, eu fui para a academia e decidi que ninguém iria me dizer o que posso ou não posso fazer”.
“Tem sido divertido, mas acho que tenho uma reação binária a essas coisas. Eu faço algo grande e depois gosto de fazer um filme pequeno, independente, sobre Charles Darwin. Acho que a culpa é do meu déficit de atenção.”
“Padre” é baseado em uma história em quadrinhos coreana e se desenrola em um futuro da Terra, onde humanos e vampiros estão lutando há séculos. Uma longa calmaria na guerra chega ao fim quando um bando de vampiros rapta Lucy (Lily Collins), a sobrinha de um antes poderoso padre matador de vampiros (Bettany). O Padre –que é como todos o chamam– parte para salvar Lily, danem-se as consequências. No elenco também estão Maggie Q como uma sacerdotisa guerreira, Cam Gigandet como o xerife, Karl Urban como Chapéu Preto e Christopher Plummer como o monsenhor Orelas.
"Caubói estoico"
Bettany conta que “Padre” surgiu quando ele tinha acabado de filmar “Legião” (2010). O ator, o diretor Scott Charles Stewart e o presidente da Screen Gems, Clint Culpepper, queriam todos trabalhar juntos de novo.
“Clint é um sujeito totalmente independente e ele decidiu dar a Scott e a mim outra chance. Então o roteiro chegou e o papel era o de um caubói estoico, taciturno e calado, uma figura tipo Clint Eastwood ou John Wayne. Ele é o herói dos filmes que cresci assistindo na televisão na Inglaterra. E eu seria tolo em não aceitar.”
Treino e tatuagens
Bettany treinou por meses para se preparar para os rigores físicos da produção, que envolveu corridas, saltos, lutas coreografadas e "stunts" com cabos. No processo, ele perdeu os quase 18 quilos que ganhou para interpretar Darwin em “Criação”.
Por outro lado, ele não ficou muito satisfeito com a cruz que tinha estampada em sua testa e nariz todo dia.
“Deus, aquilo era um pesadelo. Nós filmamos muito no deserto, a 49ºC. A tatuagem que eu tinha era ligeiramente mais "high-tech" do que as tatuagens temporárias que as pessoas aplicam nas crianças em parque e lugares assim. Tentar manter aquilo no meu rosto a 49ºC era um trabalho para alguém muito mais dotado do que eu.”
Valeu a pena?
E valeu a pena todo o treino e os sacrifícios feitos para o filme? “Sim”, responde Bettany sem hesitar. “Eu vi muitas edições do filme e esta versão final é cheia de energia e empolgante. Eu achei emocionante –e assisti em 2D. Eu estive na Wonder Con em San Francisco e assisti 20 minutos dele em 3D, e é realmente extraordinário e um argumento poderoso em prol da pós-produção em 3D.”
“Está ficando mais fácil para as pessoas falarem a respeito, pessoas que não sabem muito a respeito”, diz o ator, discutindo o processo que cada vez mais é utilizado para converter filmes feitos em 2D para o formato 3D. “Mas, primeiro, está ficando cada vez mais sofisticado e, segundo, vários filmes foram submetidos ao processo às pressas. Nós passamos oito meses trabalhando nisso, além de termos convertido o que foi filmado em lentes anamórficas clássicas dos anos 70. Então, para começar, parece com ‘Blade Runner’ (1982), e agora, convertido para 3D, é incrível.”
“E pode acreditar, quando me disseram que haveria uma demora de oito meses, eu disse: ‘Você tá brincando?’”, conclui Bettany. “Mas realmente valeu a pena.”
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