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Filme finlandês "Le Havre" leva prêmio da crítica em Cannes

O diretor Aki Kaurismaki, de "Le Havre", posa para fotógrafos. A exibição do filme empolgou a plateia - Francois Durand/Getty Images
O diretor Aki Kaurismaki, de "Le Havre", posa para fotógrafos. A exibição do filme empolgou a plateia Imagem: Francois Durand/Getty Images

THIAGO STIVALETTI

Colaboração para o UOL, de Cannes

21/05/2011 16h29

 

“Le Havre”, filme do finlandês Aki Kaurismaki sobre um boêmio que ajuda um menino imigrante da África a se esconder da polícia no norte da França, venceu hoje o prêmio Fipresci, da crítica internacional, no festival de Cannes. Neste ano, o júri foi presidido pelo crítico brasileiro José Carlos Avellar.

O prêmio não indica necessariamente um favoritismo de “Le Havre” amanhã na premiação oficial da Palma de Ouro, concedida por outro júri, presidido por Robert De Niro. Enquanto o primeiro júri é composto apenas por críticos de cinema, o segundo é composto apenas por artistas – atores, diretores e escritores, entre eles os astros Uma Thurman e Jude Law. E o gosto desses dois grupos costuma variar bastante.

A Fipresci deu mais dois prêmios: um para o filme francês “L’Exercice de l’État” (O exercício do Estado), na mostra Un Certain Regard; e outro para o americano “Take Shelter”, de Jeff Nichols, na Semana da Crítica.

Coreia e Alemanha

Na mostra Un Certain Regard, a segunda mostra da seleção oficial (a primeira é a Competição), o júri presidido pelo sérvio Emir Kusturica dividiu o prêmio de melhor filme entre o coreano “Arirang”, de Kim Ki-Duk (o mesmo de “Primavera, Verão, Outono, Inverno...”) e o alemão “Haut Auf Freier Strecke” (Parada em pleno voo), de Andreas Dresen.

O russo “Elena”, de Andrey Zvyagintsev, ficou com o prêmio especial do júri, e “Au Revoir” (Adeus), do iraniano Mohammad Rasoulof, venceu o prêmio de direção. Rasoulof estava impedido de vir ao festival apresentar o filme, mas o governo do Irã o liberou de última hora.

Paz e amor

Outro prêmio já entregue em Cannes foi o do Júri Ecumênico, que premia os filmes “paz e amor” da seleção – ou seja, aqueles que melhor desenvolvem questões humanistas.

O prêmio principal ficou com o italiano “This Must Be The Place”, de Paolo Sorrentino, estrelado por Sean Penn. Segundo o júri, o filme “é a viagem interior e a odisséia de um homem em busca de suas raízes judias e de maturidade, reconciliação e esperança”.

Mais duas menções especiais foram dadas: uma para o finlandês “Le Havre”, “uma ode à esperança, à solidariedade e à fraternidade”; e o francês “Et Maintenant on va où?” (E agora, para onde vamos?), da libanesa Nadine Labaki, sobre “os habitantes de um pequeno vilarejo dispostos a tudo para preservar a paz entre as duas comunidades que vivem no mesmo espaço”.

Gays e cahorrinhos

Cannes é um festival tão grande que tem até prêmio para o melhor cachorro que tenha aparecido em algum filme do evento: a Palm Dog, trocadilho com a Palme d’Or (Palma de Ouro). Neste ano, não teve pra ninguém: o vencedor foi Uggy, um terrier que “interpreta” o melhor amigo de um astro decadente do cinema mudo no filme francês “The Artist”, de Michel Hazanavicius.

A Queer Palm, prêmio para o melhor filme gay de todo o festival, foi para o franco-sul-africano “Skoonheid”, de Oliver Hermanus, sobre um homem de meia idade e pai de família que se apaixona por um rapaz de 23 anos, filho de um velho amigo.