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Lars Von Trier volta a pedir desculpas por declarações feitas em Cannes

O cineasta Lars Von Trier concede entrevista em Mougins, após ser banido do Festival de Cannes - Francois Mori/AP
O cineasta Lars Von Trier concede entrevista em Mougins, após ser banido do Festival de Cannes Imagem: Francois Mori/AP

Da Redação

24/05/2011 13h19

O diretor dinamarquês Lars Von Trier voltou a pedir desculpas por suas declarações feitas no Festival de Cannes, segundo informações do site da revista Variety. Há cinco dias, ele foi banido do evento após dizer que era "nazista" e que "entendia Hitler".

Trier divulgou uma declaração nesta terça-feira (24) em resposta a uma carta enviada a Cannes por Javad Shamaqdari, diretor e Vice-Ministro da Cultura para Assuntos de Cinema do Irã. No documento, Shamaqdari diz que é "triste ver traços de comportamento fascista" nos organizadores do festival - ele diz isso em relação à expulsão de Lars Von Trier.

"Talvez seja necessário dar uma nova definição à liberdade de expressão nas enciclopédias", diz. "Caso contrário, o comportamento de Cannes em relação à Von Trier, forçando-o a pedir desculpas várias vezes, nos faz lembrar o tratamento que a Igreja deu à Galileu", disse o vice-ministro.

TRAILER DO FILME "MELANCOLIA"

Em resposta, Von Trier culpou a si mesmo por ter sido expulso. "Na minha opinião, a liberdade de expressão, em todas as suas formas, é parte básica dos direitos humanos. No entanto, meus comentários durante a coletiva de imprensa em Cannes foram pouco inteligentes, ambíguos e desnecessariamente nocivos."

"Minha intenção era dizer que o potencial para a extrema crueldade, ou o oposto disso, está em qualquer ser humano, independente de sua nacionalidade, etnia, categoria ou religião. Se só pudéssemos explicar os desastres históricos pela crueldade dos indivíduos, nós destruiríamos a possibilidade de entender os mecanismos humanos; e isso é necessário para que possamos evitar futuros crimes contra a humanidade", declarou Trier.

Essa foi a primeira expulsão ocorrida nos 64 anos do Festival de Cannes. O filme de Trier, "Melancolia", no entanto, continuou concorrendo à Palma de Ouro, que foi dada a "A Árvore da Vida", de Terrence Malick.

Um dia após ter sido declarado "persona non grata", Von Trier já havia se desculpado por suas declarações.