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"O cinema para mim foi transformador", diz Santoro em lançamento de projeto educativo no Complexo do Alemão

CARLA NEVES

Do UOL, no Rio

30/05/2011 13h43

Com uma camisa escrito “Rio, eu amo, eu cuido” e uma jaqueta de couro preta, Rodrigo Santoro chegou às 10h22 desta segunda-feira (30) ao Campo do Sargento, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, para lançar o projeto educativo “Cine Tela Brasil”. Pela primeira vez na comunidade – que começou a ser pacificada há quase sete meses –, Rodrigo falou sobre a importância do projeto, idealizado pelos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi. “Meu nome é Rodrigo Junqueira Reis Santoro, sou morador da cidade do Rio e é uma honra estar aqui participando desse projeto. Também estou muito feliz e orgulhoso. Acho que é uma iniciativa maravilhosa de dois artistas que tenho uma admiração profunda. Há dez anos, fiz meu primeiro filme [Bicho de Sete Cabeças] e o cinema para mim foi transformador. Então tudo que espero é que esse projeto siga, prospere e que coisas assim aconteçam cada vez mais em nosso país. Espero que esse projeto tenha esse poder transformador”, discursou.

O projeto consiste na montagem de uma sofisticada sala de cinema, com 225 lugares, que por três semanas funciona como um centro de cultura e educação, oferecendo sessões exclusivas de filmes, workshops sobre audiovisual na escola, sessões de debate com convidados especiais e oficina de vídeo. Orgulhosa com a possibilidade de instalar uma sala de cinema no Complexo do Alemão, Laís Bodanzky lembrou como o projeto “Cine Tela Brasil” começou. “Há sete anos, eu e o Luiz [Bolognesi] começamos esse projeto de cinema itinerante. A escolha do Alemão foi simbólica. Para a gente está sendo um orgulho e um aprendizado”, contou a cineasta.

Após a apresentação do projeto à imprensa, Laís falou sobre “Como Nossos Pais”, filme que pretende lançar até 2013. “É um filme sobre a minha geração, que é uma geração que tem seus filhos, mas ainda é filho, é a ‘geração sanduíche’. A história vai ser sobre um núcleo familiar”, adiantou ela, que ainda não definiu o elenco. “Por enquanto, só tenho o argumento. Ainda não tenho o roteiro, vou começar a pesquisa agora. O filme só deve ficar pronto daqui a dois anos”, acrescentou.

Além de comentar, mais uma vez, sobre a montagem do projeto no Alemão – “dei uma espiadinha na sala de cinema e a criançada estava numa alegria só”, contou ele, que foi muito assediado pelas crianças da comunidade –, Rodrigo falou sobre seus projetos na TV e no cinema.  “Este ano, tenho alguns projetos aqui no Brasil não só em cinema, mas na TV. Este mês vou começar a fazer um especial para a TV Globo. É um telefilme, que ainda não posso falar o nome porque é provisório. É do núcleo do Guel Arraes, com direção do Jorge Furtado. No elenco tem a Débora Falabella, o Luiz Miranda, o Pedro Paulo Rangel. É um elenco ótimo! Estou bem animado”, afirmou.

Sobre os filmes que vai rodar este ano, Rodrigo fez mistério. “Por enquanto, só sei o que estou fazendo agora, que é o especial para a TV Globo. Cinema é assim: a gente sonha e espera. Um dia ele acontece. Ou não”, brincou. O ator falou ainda sobre os filmes que rodou e devem estrear ainda este ano no Brasil. “O ‘There Will Be Dragons’ vai ser lançado primeiro lá fora e deve chegar aqui em agosto. Já o ‘Meu País’ estreia agora no Festival de Paulínia; um filme chamado ‘Reis e Ratos’, com direção do Mauro Lima, deve estrear no segundo semestre; e o ‘Heleno’, se Deus quiser, sai em novembro. Já está em processo de finalização”, contou o ator.