"Filmes sobre quadrinhos são como nossa mitologia moderna", diz produtor de "X-Men: Primeira Classe"
“X-Men - O Filme” (2000) estreou nos cinemas há pouco mais de uma década, mas de lá para cá a indústria cinematográfica não é mais a mesma.
O filme, juntamente com suas duas sequências e “X-Men Origens: Wolverine”, leva o crédito pela revitalização dos filmes baseados em histórias em quadrinhos, que passavam por dificuldades nos anos 90, e em particular demonstrando que atores de ponta podiam e trabalhariam em filmes de super-heróis, de uma forma não vista desde os dias de glória de “Superman - O Filme” (1978).
Bryan Singer, que dirigiu e co-escreveu “X-Men - O Filme”, insiste que nunca desejou criar uma febre, um modelo de negócios, mas não está se queixando: “Quando garoto eu me tornei um grande fã do filme ‘Superman’ original”, diz Singer. “Eu penso nestes filmes baseados em quadrinhos como nossa mitologia moderna. As pessoas os levam a sério - não apenas os fãs, mas as pessoas que cresceram com eles”.
“Quando fiz ‘X-Men’, a revista em quadrinhos ‘X-Men’ já tinha 40 anos. Logo, sua base de fãs estava por toda parte e acho que isso ajudou", afirmou.
Singer dirigiu em seguida “X-Men 2” (2003), mas acabou deixando a série nas mãos de outros: Brett Ratner dirigiu “X-Men - O Confronto Final” (2006) e Gavin Hood comandou “X-Men Origens: Wolverine”. Enquanto isso, Singer fez “Superman - O Retorno” (2006) e “Operação Valquíria” (2009).
Agora, ele está de volta à loucura mutante da Marvel com “X-Men: Primeira Classe”, dirigido por Matthew Vaughn. Singer produziu, forneceu a história e quase dirigiu o filme.
Ambientado nos anos 60, por volta da época da crise dos mísseis em Cuba, “Primeira Classe” reapresenta ao público os grandes arquirrivais da série X-Men quando ainda eram amigos, apesar de serem jovens com grandes diferenças filosóficas. Charles Xavier (James McAvoy) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender) ainda não eram o humanitário Professor X ou o impiedoso Magneto, mas o filme os coloca nesse curso.
Também acompanham a viagem a dra. Moira MacTaggert (Rose Byrne) e o vilão Sebastian Shaw (Kevin Bacon). E no centro de tudo, naturalmente, está um grupo de mutantes jovens, poderosos e impressionáveis que inclui Emma Frost (January Jones), Hank McCoy (Nicholas Hoult), Armando Munoz (Edi Gathegi) e Angel Salvador (Zoe Kravitz).
“Eu desenvolvi ‘Primeira Classe’ para que eu mesmo dirigisse”, diz Singer, falando por telefone de algum lugar no interior da Inglaterra, após um dia de filmagem de “Jack the Giant Killer". “Eu sempre terei interesse pela história do Professor X e Magneto e suas aventuras. Para mim, é uma história sobre amizade e sobre amizade contra ideologia".
Sobre o novo “X-Men”, Singer comenta: “Primeiro, é realmente tremendo assistir McAvoy e Fassbender. Eu acho que eles incorporaram esses papéis. Também há muitos filmes baseados em quadrinhos no momento, mas somos um dos poucos que de fato possuem múltiplos personagens. Matthew lidou com isso fantasticamente bem”.
TRAILER DO FILME "X-MEN: PRIMEIRA CLASSE"
“E isso me leva à terceira coisa: à medida que a ação se intensifica, particularmente no terceiro ato, o mesmo acontece com as emoções e com a história. Eu senti que o mesmo aconteceu em ‘X-Men 2’ e acho que um passo além foi conseguido com este filme. Além disso, se passaram 10 anos e contamos com melhores efeitos especiais agora do que tínhamos em ‘X-Men 2’”, conclui.
Ouvindo Singer falar, fica claro que ele ainda está apaixonado pela série “X-Men”. Ele reconhece isso, e apesar de estar ocupado no momento com “Jack the Giant Killer” e estar ligado como diretor a vários outros projetos.
“Eu adoraria [dirigir “X-Men: Primeira Classe”], com certeza. Fiquei bastante enciumado por Brett ter trabalhado com eles. Veremos o que vai acontecer”, concluiu.
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