"Eu gostaria de ter pisado mais no personagem do Bruno Mazzeo", diz Fernanda Paes Leme, sobre "Cilada.com"

Desde a última sexta-feira, o público tem a chance de ver a atriz Fernanda Paes Leme num personagem bem mais leve e doce do que a atormentada Irene, da novela “Insensato Coração”, assassinada há pouco na trama. A atriz garante que Fernanda, papel que interpreta na comédia “Cilada.com”, tem muito mais em comum consigo além do mesmo nome. “Há muito de mim na personagem. Ela é bem real”, disse ao UOL Cinema, em entrevista em São Paulo.

O nome da personagem, aliás, vem da tradição do seriado cômico “Cilada”, que esteve em cartaz no canal Multishow de 2005 a 2009, e desde então é reprisado. Fernanda já se prepara para a reação do público. “Mesmo quando o personagem não tem o mesmo nome que a gente, as pessoas se confundem. Muita gente me parava na rua para brigar comigo por causa da Irene. Agora que interpreto uma Fernanda, já estou até imaginando a confusão”, diverte-se. Para sorte dela, ao contrário do papel na novela, aqui ninguém vai pará-la para reclamar – pelo contrário, provavelmente receberá o apoio de muita gente. Afinal, a garota é traída logo na primeira cena do filme.

Como vingança, Fernanda, a personagem, coloca na internet uma cena em que seu namorado, Bruno (Bruno Mazzeo, também criador da série e corroteirista do filme), tem uma performance um tanto rápida na cama. “Eu não me conformava com algumas atitudes do personagem dele. Eu gostaria de pisar mais nele, antes do final feliz da comédia romântica”, comenta. Mas admite: “Eu não seria capaz de praticar uma vingança como a de Fernanda. Sou a favor de contar até 10, dar um tempo. Eu mesma já postei coisas no Twitter e acabei me arrependendo. É sempre melhor esfriar a cabeça antes de tomar qualquer atitude mais séria”.

Para a atriz, trabalhar com Bruno, de quem é amiga há bastante tempo, foi uma diversão durante boa parte do tempo. “Ele é muito engraçado, faz a gente dar risada o tempo todo. Mas nas cenas de mais intimidade, eu percebi que ele ficava um pouco mais nervoso. Então coube a mim descontrair o ambiente”.

Contratada da Globo, Fernanda diz que no momento não tem nenhum trabalho em vista, e está estudando. Enquanto espera algum convite para televisão ou mesmo cinema, ela planeja ir à Nova York. “Eu também quero fazer mais cinema. Quero trabalhar com Walter Salles, Fernando Meirelles e Heitor Dhalia. Mas o que eu queria mesmo era fazer um filme pequeno, de baixo orçamento, bem diferente do que fiz até agora”, conta a atriz, que tem em seu currículo “O homem que desafiou o diabo” e “Podecrer!”.

Os blockbusters nacionais

A direção de “Cilada.com” é de José Alvarenga Jr., que nunca havia dirigido um episódio da série, mas tem bastante experiência em adaptar seriados cômicos para o cinema, como os dois filmes “Os normais”. Ele espera mais sucesso com o filme que estreia na sexta, que encara de frente três blockbusters americanos, “Carros 2” e “Transformers – O lado oculto da lua”, já em cartaz, e “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2”, que estreia na próxima semana. “A arma para conquistar público é o bom riso da comédia nacional”, diz o diretor.

O filme estreia em cerca de 400 salas e pode tornar-se uma das maiores bilheterias nacionais do ano – seguindo os passos de “Os Normais”. Para isso, Alvarenga explica que há uma grande campanha de marketing, que inclui três canais de TV fechada. Além disso, junto com o produtor do filme, Augusto Casé, o diretor realizou sessões-teste para sentir a reação do público. “Ao contrário do cinema americano, não fizemos mudanças de acordo com as respostas da plateia. Mas essas exibições serviram para estudarmos como trabalhar melhor o filme”, explica Casé.