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"Eu entendo a sua solidão", diz Ralph Fiennes sobre o vilão de "Harry Potter", Lord Voldemort

O ator Ralph Fiennes caracterizado como Lord Voldemort em cena de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" - Divulgação
O ator Ralph Fiennes caracterizado como Lord Voldemort em cena de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" Imagem: Divulgação

Da Redação

14/07/2011 21h27

Até um ser mau como Voldemort tem a possibilidade do bem dentro de si, mesmo que ela tenha sido erodida, reprimida, suprimida, ou de alguma forma distorcida dentro dele depois que ele foi realmente ferido, acredita Ralph Fiennes. O ator inglês contou sobre sua experiência como o vilão da franquia "Harry Potter" à "Newsweek".

No relato publicado pela revista, Fiennes afirma que Voldemort é uma força satânica, um órfão a quem foi negado qualquer tipo de afeição e amor familiar, uma figura isolada desde muito cedo.

  • AFP

    O ator durante a pré-estreia de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2", em Londres (7/7/11)


Fiennes conta que, no início, não tinha familiaridade com os livros e não estava certo se queria o papel. Ele até hoje não leu "Harry Potter e a Pedra Filosofal" (o primeiro livro da série).

"Depois que eu ganhei o papel, eu me debrucei sobre todas as referências nos livros e encontrei as passagens em que J.K. Rowling o descreveu", conta. “Às vezes, você pode criar um personagem a partir de uma pessoa real, mas muitas vezes você cria algo a partir de si mesmo".

Fiennes diz que teve bastante influência sobre a aparência de Voldemort e que se sentia realmente dentro do personagem quando colocava as vestes negras e longas de seu figurino.

"Eu ia para o set de manhã, geralmente em torno das 6h, e todo o processo levava cerca de duas horas. Meu coro cabeludo era completamente raspado; colocavam a pele pálida de réptil em minhas mãos e cobriam minhas sobrancelhas com próteses". A caracterização ainda era completada com longas unhas que eram coladas sobre as suas e o impediam de fechar os punhos.

O ator conta que não ficou com a varinha do bruxo, mas mantém em uma jarra em seu escritório a "dentadura muito convincente" que foi feita para ele.
 

TRAILER DO FILME "HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2"

No artigo, Fiennes também falou sobre a personalidade de Voldemort. "Quanto a sua solidão, eu entendo. Eu acho que ele nunca teve uma vida amorosa. Ele não sabe o que é amor; é uma linguagem que ele não compreende. Tudo nele tem a ver com aquisição de poder e controlar e manipular um monte de gente. Pode ser emocionante e bastante libertador de interpretar, porque todas as regras desaparecem. 'Em Harry Potter e o Cálice de Fogo', o diretor Mike Newell encorajou uma explosão direcionada de maldade e raiva. Quando alguém está contido e tem a capacidade de explodir, isso deixa as pessoas nervosas".

O ator conta que crianças que visitavam o set costumavam ficar assustadas. "Eu podia vê-las me olhando ansiosamente. Uma vez, eu passei pelo filho de um supervisor de roteiro e ele caiu no choro. Eu me senti muito bem comigo mesmo".

Ele também afirma que não sente falta do personagem e que chegar ao "grand finale" traz uma sensação de completude. E termina o artigo com um comentário sobre vilões: "Alguns atores gostam de enfatizar o mal nos personagens chamados de 'vilões', mas você quer ser um ser humano em primeiro lugar. Todo mundo tem o potencial de ser corrompido. Todo mundo".

O capítulo final da saga de "Harry Potter" entra em cartaz nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (15).