Paulínia premia "Febre do Rato" com oito Meninas de ouro
Numa noite em que Claudio Assis subiu ao palco várias vezes, “Febre do rato” dominou a premiação do 4º Paulínia Festival de Cinema, com 8 prêmios, entre eles, o da crítica, melhor filme, ator e atriz. “Sou um velho, mas o novo sempre. Agradeço à crítica por acreditar”, disse Claudio Assis ao receber o prêmio das mãos de Ivonete Pinto, vice-presidente da recém criada Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Era só a primeira vez que Claudão, como é conhecido subia ao palco.
“Não faço filmes para ganhar prêmios, mas para dialogar com pessoas que amo e acreditam numa ideia. O Polo e o Festival de Paulínia são uma semente. Eu aposto nessa semente. A cidade está de parabéns por acreditar no cinema e no teatro”, disse o diretor premiado ao final da noite.
“O palhaço”, de Selton Mello, um dos favoritos aos prêmios também, levou melhor diretor e roteiro – escrito por Selton e Marcelo Vidicatto. Esta é a segunda vez que ele é premiado pela direção no Paulínia Festival de Cinema. Em 2008, ele ganhou por “Feliz Natal”. “Eu sou um neófito como diretor, ainda tenho muito feijão para comer. E estou a fim de comer muito feijão. Foi uma honra ganhar o prêmio nessa edição”, comemorou no palco.
A premiação de elenco se dividiu entre três filmes. Nanda Costa e Irandhir Santos ganharam atriz e ator por “Febre do Rato”. Ela comparou a equipe do filme a uma família, enquanto ele, elogiou seu segundo trabalho com Claudão. “Fazer cinema com ele, é aprender a olhar o mundo de maneira direta e honesta”, disse o ator. Esta é a segunda vez que Irandhir é premiado em Paulínia. Em 2009, ele ganhou como coadjuvante por “Olhos Azuis”.
Os prêmios de coadjuvantes foram para María Pujalte, de “Onde está a felicidade?” e Moacyr Franco, de “O palhaço”. Foi Selton Mello quem o representou no palco, que apesar de sua longa carreira, nunca tinha trabalhado em um longa. “Ele é um cantor que eu via quando criança. É a primeira aparição dele no cinema, e um prêmio muitíssimo merecido”.
Vladmir Carvalho, ao subir ao palco, para receber o prêmio de melhor documentário, por “Rock Brasília – A era de ouro”, retribuiu o prêmio ao seu irmão, o diretor de fotografia Walter Carvalho – também premiado no Festival, por “Febre do Rato”. “Nem tudo são flores no cinema brasileiro. Há muita luta pela luta muita coisa para se conquistar”.
Antes da cerimônia de premiação, foi exibido o longa “Assalto ao banco central”, que marca a estreia em cinema do diretor de televisão e ator Marcos Paulo. O filme traz no elenco Lima Duarte, Eriberto Leão, Milhem Cortaz e Hermila Guedes, que estavam presentes na sessão. “Estamos realizando hoje um projeto que começou há dois anos atrás, com a cara e a coragem”, disse o diretor. O filme chega aos cinemas no próximo dia 22.
Veja a lista completa dos premiados:
Filmes de longa-metragem
Melhor Filme ficção (R$ 250 mil): Febre do rato de Claudio Assis
Melhor Documentário (R$ 100 mil): Rock Brasília, de Vladmir Carvalho
Especial Júri (R$ 35 mil): Trabalhar cansa, de Marco Dutra e Juliana Rojas
Melhor Diretor ficção (R$ 35 mil): Selton Mello, por O palhaço
Melhor Diretor Documentário (R$ 35 mil): Maíra Brühler e Mathias Mariani, por Ela sonhou que eu morri
Melhor Ator (R$ 30 mil): Irandhyr Santos, por Febre do rato
Melhor Atriz (R$ 30 mil ): Nanda Costa, por Febre do rato
Melhor Ator coadjuvante (R$ 15 mil): Moacyr Franco, O palhaço
Melhor Atriz coadjuvante (R$ 15 mil): María Pujalte, por Onde está a felicidade?
Melhor Roteiro (R$ 15 mil): Selton Mello e Marvelo Vindicatto, O palhaço
Melhor Fotografia (R$ 15 mil): Walter Carvalho, por Febre rato
Melhor Montagem (R$ 15 mil): Karen Harley, por Febre do rato
Melhor Som (R$ 15 mil): Gabriela Cunha, Daniel Turini, Fernando Henna, por Trabalhar cansa
Melhor Direção de arte (R$ 15 mil): Renata Pinheiro, por Febre do rato
Melhor Trilha Sonora (R$ 15 mil): Jorge du Peixe, por Febre do rato
Melhor Figurino (R$ 15 mil): Kika Lopes, por O palhaço
Prêmio da crítica
Melhor longa ficção: Febre do Rato, de Cláudio Assis
Melhor documentário: Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat
Melhor curta: Tela, de Carlos Nader
Filmes de curta-metragem - Nacional
Melhor filme (R$ 25 mil): Tela, de Carlos Nader
Melhor Direção (R$ 15 mil): Gabriela Amaral Almeida, por Uma primavera
Melhor Roteiro (R$ 10 mil): Gustavo Suzuki, por O pai daquele menino
Filme de curta-metragem - Regional
Melhor filme (R$ 25 mil): Argentino
Melhor Direção (R$ 15 mil): Diego da Costa, por Argentino
Melhor Roteiro (R$ 10 mil): Cauê Alves e Maurivio de Almeida por 3x4
Prêmios do Júri Popular
Melhor longa ficção (R$ 25 mil): Onde está a felicidade?, de Carlos Alberto Riccelli
Melhor documentário (R$ 15 mil): À margem do Xingu, de Damiá Puig
Melhor curta metragem nacional (R$ 5 mil): Café turco, de Thiago Luciano
Melhor curta-metragem regional (R$ 5 mil ): Argertino, de Diego da Costa
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