Dupla de atores de "Os Smurfs" sofre para interagir com os pequenos personagens virtuais

Tanto nos quadrinhos como na série animada, os Smurfs sempre viveram em uma vila, localizada no meio de uma floresta. No filme “Os Smurfs”, que estreia no Brasil na sexta (5), os pequenos azulados são vistos nas ruas de Nova York.

O diretor Raja Gosnell defende que essa escolha traz frescor para os personagens. “As pessoas poderão ver Nova York de uma maneira diferente”, explicou ele, em entrevista coletiva da qual o UOL Entretenimento fez parte, em Cancún, no México. “O filme permite que os smurfs tragam seu amor para o nosso mundo”.

Com isso, atores de carne e osso precisaram interagir com os personagens criados por computação gráfica. Neil Patrick Harris (do seriado “How I Met Your Mother”) e Hank Azaria (“O Amor e Outras Drogas”) precisaram usar muita imaginação para contracenar com criaturas que só seriam inseridas no filme na fase de pós-produção. “É parte do nosso trabalho imaginar coisas”, diz Azaria. “Se não consegue fazer isso, você não deveria ser um ator”.

Para Harris, a dificuldade estava na movimentação de objetos que os smurfs manipulam ou de sua própria roupa, quando os pequenos resolvem abraça-lo. Em invés de usar recursos digitais, os produtores perceberam que fios amarrados aos objetos seriam mais eficientes. “Meu trabalho de atuação envolvia outros cinco sujeitos puxando cordas”, declarou o ator.

O filme “Os Smurfs” explorou recursos artesanais como esse em uma produção que sabe quando usar efeitos digitais. Para isso, contaram com o apoio de uma equipe que cuidou de outras criaturas azuladas. “O pessoal de ‘Avatar’ foi muito prestativo”, explica o produtor Jordan Kerner. “Tivemos 18 meses de pesquisa antes de começarmos as gravações”.

Intimidade smurf

Conhecidos pela séria animada, os Smurfs foram originalmente criados pelo ilustrador belga Peyo e protagonizaram diversas histórias em quadrinhos. “Eu não tinha ideia da existência dos livros”, confessou Neil Patrick Harris. Hank Azaria também desconhecia a origem não animada dos personagens. “Eu achava que eles tinham sido criados pela Hanna-Barbera nos anos 80”, relatou.

No entanto, a série de televisão deixou os Smurfs suficientemente conhecidos para que os atores se interessassem em participar do filme. “Eles são tão simples, muito reconhecíveis”, diz Harris. “Qualquer pessoa consegue se relacionar com um deles”. Para Azaria, que interpreta o vilão Gargamel, o importante é conseguir tirar risadas do público. “Sempre que tenho um trabalho, penso: ‘Como posso fazer isso ser engraçado?’”.

Já para o produtor Jordan Kerner, a amabilidade dos azulados foi a motivação. “Quando há algo que imediatamente faz você sorrir, também faz você sentir como parte de uma família, temos um assunto que vale um filme”, declarou.

* (O repórter viajou para o México a convite da Sony Pictures)