Escolha "corrige erro" do passado, diz atriz Maria Ribeiro, de "Tropa de Elite 2"
A escolha de "Tropa de Elite 2" para concorrer a uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro na próxima festa da Academia foi encarada como um acerto de contas pela atriz Maria Ribeiro, que faz Rosane - a ex-mulher do Capitão Nascimento (Wagner Moura). "Acho que essa indicação corrige o erro do 'Tropa 1' não ter sido indicado, e se rende aos fatos: o filme é muito bom e absolutamente relevante politicamente", diz.
No primeiro filme, a personagem de Maria tem uma participação pequena. Em "Tropa 2", ela fica em maior evidência após se separar do capitão e casar-se com Fraga (Irandhir Santos), um ativista pelos direitos humanos - o oposto do ex-marido. Fraga é eleito deputado, mas sempre é tratado como fraco diante das atitudes extremadas de Nascimento, que virou coronel.
Para a atriz, o longa tem chance de entrar na lista dos indicados a melhor filme estrangeiro deste ano. "Acho que o filme tem todas as chances de ser muito bem recebido, pois, alem dos argumentos acima, traduz bem o nosso país, o que imagino ser uma das condições para um filme estar no Oscar como filme estrangeiro."
"Tropa de Elite 2" é o filme que teve a maior arrecadação da história do país, de R$ 102,6 milhões e foi o filme mais visto no Brasil em 2010.
Depois do vazamento de "Tropa de Elite 1", "Tropa 2" foi lançado sob um forte esquema de segurança, o que incluiu a distribuição de cópias apenas em película e não digitais. Na estreia do longa, ocorrida em Paulínia, os convidados chegaram a ser revistados para evitar que câmeras e celulares com câmeras fossem levados à sala de exibição.
Convencer Academia é desafio
O produtor Marcos Prado diz que, agora, o grande desafio de "Tropa de Elite 2" é convencer o público norte-americano e a academia a assistir ao filme, que será lançado nos EUA em novembro. Elementos como o conflito entre Nascimento e a ex-mulher, segundo Prado, podem atrair a plateia local.
Para isso, ele irá começar a elaborar a divulgação do longa para "driblar o estereótipo de filme estrangeiro": "Filme com legenda dificulta bastante, nem sempre é bem aceito", explica. Ele conta, no entanto, que os americanos já haviam gostado de "Tropa 1": "O José Padilha (diretor do filme) tem relatos que a plateia gostou muito do primeiro filme. As pessoas ficaram um pouco abismadas com o tema, com a realidade do Brasil. Isso chamou bastante a atenção", diz.
Na torcida
Marcus Baldini, diretor de "Bruna Surfistinha", diz que achou a indicação de "Tropa de Elite 2" justa. "Acho justo, ótimo. É um filme que foi assistido por muita gente, tem todos os méritos para representar o país. Tinha certeza que seria essa a indicação", diz. O longa era um dos que poderia ter sido escolhido para tentar indicação ao Oscar.
Para o diretor, a temática de seu filme - que traz a público a história de uma prostituta - não seria um impedimento para que "Bruna Surfistinha" fosse escolhido. "Se outro filme fosse o escolhido, até poderia pensar nisso. Mas em se tratando da expressividade [de "Tropa"], não dá para entrar nesse mérito, não vejo esse problema. Acho que a escolha se deu muito mais pelo sucesso do que por outra coisa."
"Espero que seja indicado. No cinema, temos que torcer pelo bem de todos: isso aumenta a a visibilidade e o setor só tem a ganhar com isso", diz.
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