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Velório de Leon Cakoff começa às 17h no MIS

Da Redação

14/10/2011 14h01

O velório do criador da Mostra de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff, será no MIS (Museu da Imagem e do Som), a partir das 17h e vai até 12h de sábado (15). O corpo do crítico será cremado no Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes.

O crítico de cinema morreu nesta sexta-feira (14), aos 63 anos. Ele vinha lutando contra o câncer desde 2002.

Nascido na Síria, em 25 de junho de 1948, Leon Chadarevian veio ao Brasil com a família aos oito anos de idade. Adotou o nome de Leon Cakoff após ter problemas com o regime militar, por conta de sua atuação política. Formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, é casado com Renata de Almeida, pai de Pedro, Laura, Jonas e Tiago, e conhecido pela fundação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo - o mais antigo festival internacional de cinema do país.

Cakoff começou seu envolvimento com a sétima arte como crítico de filmes. Em 1974, começou a fazer a programação cinematográfica do Masp (Museu de Arte de São Paulo), e em 1977, criou a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo pela comemoração dos 30 anos do museu. Desde então, o evento vêm ocorrendo anualmente em outubro, e independente do Masp desde 1984. O evento transformou-se em referência para a descoberta de cineastas e novos talentos da cinematografia mundial.

Em 1999 fez o curta-metragem "Volte sempre, Abbas", um registro da visita do cineasta iraniano Abbas Kiarostami à mostra. O filme foi selecionado para a mostra Novos Territórios, do Festival de Veneza. Em 2000 formou com Adhemar Oliveira a distribuidora Mais Filmes, pela qual foram inaugurados o Unibanco Arteplex, no Shopping Frei Caneca, em São Paulo, além de salas em Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.

Em 2004, organizou o longa "Bem-vindo a São Paulo", em que diretores como Tsai Ming-liang e Mika Kaurismaki dão sua versão sobre a cidade. Em 2008, produziu e estrelou o curta "Do visível ao invisível", dirigido pelo português Manoel de Oliveira e exibido na sessão de abertura do Festival de Veneza de 2008. Em 2010, voltou a trabalhar com o cineasta, coproduzindo o longa "O estranho caso de Angélica".

No final de 2010, Cakoff descobriu que tinha dois tumores no cérebro, no lobo direito, resquícios de um câncer de pele que teve em 2002. Operado às pressas, o resultado de sua cirurgia foi considerado "um milagre", como conta no depoimento "Na beira do abismo", dado à Ilustríssima em 1º de maio de 2011.