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Dedicado a Glauco e com grandes nomes, "Malditos Cartunistas" apresenta trajetória dos quadrinhos no país

ESTEFANI MEDEIROS<br>Da Redação

28/10/2011 07h00

Em cartaz nesta sexta-feira (28) na Mostra de São Paulo 2011, "Malditos Cartunistas" traça um panorama do que foram e do que são os quadrinhos brasileiros em um documentário dirigido por Daniel Paiva e Daniel Garcia.

O que conduz o filme são entrevistas com grandes nomes dos quadrinhos no Brasil. Nos cerca de 90 minutos de duração, nomes mais novos como Allan Sieber e Chiquinha e veteranos de diferentes estilos como Jaguar, Ziraldo, Angeli, Adão e Maurício de Sousa contam o que os fez seguir a carreira do humor, claro, sem deixar de fazer piada.

O filme é didático e explica desde as diferenças entre os gêneros do trabalho, como o que difere uma tira de uma charge e de uma HQ, até como foram as experiências dos cartunistas que sofreram com a censura na ditadura, além da ascensão e queda das revistas "Pasquim", "Chiclete com Banana" e "Geraldão".

Um ponto negativo do filme é a qualidade das gravações. Em entrevistas como as de Jaguar, o som da sala de cinema às vezes não favorece e algumas falas dos cartunistas são perdidas, problema que um dos diretores, Daniel Paiva, explica: "A gente foi fazendo, não tinha dinheiro, pegava a câmera emprestada, foi meio no 'faça você mesmo'. Às vezes tinha microfone para gravar, às vezes não", conta.

ASSISTA TRAILER DE "MALDITOS CARTUNISTAS"

"Mas a gente teve essa preocupação de servir como registro, pra explicar como funciona o quadrinho no Brasil. Não existia ainda um filme que retratasse isso", explica Daniel. Outro ponto importante para os "Daniéis" - que também trabalham com quadrinhos - foi conhecer ídolos no gênero. "Alguns a gente já conhecia. Mas na viagem para São Paulo conhecemos o Angeli, o Maurício, o Laerte, o Glauco. Foi muito legal".

A produção começou em 2007 em uma conversa com Allan Sieber e na maioria das entrevistas os cartunistas estão em seu ambiente de trabalho, próximos a pranchetas, canetinhas e esboços. O único a não ser entrevistado e que esteve nessa geração foi Millôr Fernandes.

Apesar de ser um curto período até 2011, muitas coisas mudaram no universo dos quadrinhos do país. Laerte se assumiu cross dresser e Glauco foi morto durante uma invasão a sua casa, junto com o filho Raoni. "Quando ele morreu, a gente pensou: precisamos terminar esse filme agora. A gente ficou muito chocado, foi uma tragédia. Quem se relacionou de alguma forma com ele ficou muito triste. Na época da entrevista, em 2007, a gente conheceu ele e o Raoni. Então decidimos dedicar o filme a eles".

 


MALDITOS CARTUNISTAS
Seg. (31), às 14h10, no Cine Livraria Cultura 2 (Conjunto Nacional - av. Paulista, 2073, Cerqueira César, tel. 0/xx/11/3285-3696)

Seg. (31), às 22h10, no Cinesesc (r. Augusta, 2075, Jd. Paulista, tel. 0/xx/11/3087-0500)

Ter. (1), às 20h40, na Cinemateca - Sala BNDES (lgo. Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino, tel. 0/xx/11/3512-6111)

Qua. (2), às 20h50, no Reserva Cultural 1 (av. Paulista, 900, Térreo Baixo, Bela Vista, tel. 0/xx/11/3287-7858)

A programação está sujeita a alterações.