Paulo Miklos funciona como "elemento inusitado" no documentário sobre Noel Rosa
Os sambas de Noel Rosa ganham nova roupagem na voz do titã Paulo Miklos, protagonista do documentário “A Alma Roqueira de Noel”, em cartaz na 35ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo. Dirigido por Alex Miranda, a produção traz um encontro improvável entre diferentes ritmos, ao mesmo tempo em que presta homenagem ao compositor carioca.
“Noel para mim é um cara jovem talentosíssimo, com uma filosofia muito parecida com a do rock, que é a arte acima da vida. Navegar é preciso, viver não”, afirma Miklos. Segundo ele, a comparação entre o estilo de vida do sambista e de muitos astros baseia-se num extenso legado, que se torna um marco na música, e pela intensidade de histórias interrompidas por mortes prematuras.
O projeto teve como ponto de partida as comemorações ao centenário de nascimento de Noel Rosa, em 2010. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em São Paulo, promoveu uma série de eventos para homenagear o compositor, entre elas um show do Paulo Miklos. “Em vez de apenas criar uns arranjos diferentes, quis fazer um mergulho no samba de raiz e juntar os bambas em um show. Como intérprete, já sou o elemento inusitado, não preciso fazer nada além disso”, brinca.
Para ajudá-lo, convidou o Quinteto em Branco e Preto, cujos integrantes conheceu nas filmagens de “É Proibido Fumar” (2009), que Miklos estrela junto a Glória Pires. Em seguida, foi a vez de Alex Miranda ser convidado para fazer parte da produção. “Eu já havia trabalhado com o diretor em ‘Comercial’, um retrato da propaganda brasileira. E o quinteto é genial porque é um samba vivo, uma geração de sambista fantástica de São Paulo”.
Além dos bastidores dos ensaios e dos shows, que contaram com a participação especial da cantora Malu Magalhães, o documentário ainda leva às telas um pouco da biografia do compositor carioca. Conta sua importância como autor a partir de depoimentos de Osvaldinho da Cuíca, Fabiana Cozza, Thobias da Vai-Vai e do rapper Rappin’ Hood.
Durante o projeto, Alex Miranda diz ter aprendido muito. “Tenho uma profunda admiração por esse ícone, que morreu aos 27 anos com mais de 200 sucessos absolutos na rádio. Um hit por semana. Ele teve essa pegada underground de sair de uma família classe média alta, de médicos, para ir pro morro de Vila Isabel, cantar samba no boteco. Um rockstar do samba”, acredita.
Em “A Alma Roqueira de Noel”, Paulo Miklos quer imprimir sua maneira de contar uma história e a própria identificação com o sambista.“Eu montei um set list com músicas que falavam a meu respeito, que é o que deve acontecer quando a música é boa. Ela fala sobre todos nós”.
"A Alma Roqueira de Noel", de Alex Miranda (70’). BRASIL Indicação: 12 anos.
31/10/2011
19h10 - CINEMATECA
Sala BNDES
01/11/2011
19h00 - CINE SABESP
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