"Velozes e Furiosos 5" só foi feito por causa dos fãs, conta diretor em DVD

O diretor de "Velozes e Furiosos 5", Justin Lin, diz que só fez o quinto filme da franquia depois de falar com os fãs da série no lançamento de "Velozes e Furiosos 4", em 2009. Nos comentários que ele faz no DVD e no Blu-Ray do longa, lançados nesta quarta-feira (23) no mercado brasileiro, Justin conta que achava que a história já havia terminado, até conversar com fãs do filme. "A paixão e a conexão deles com a franquia me incentivaram a fazer mais um filme", diz Lin, que já está preparando o sexto "Velozes", previsto para sair em 2013.

"Gosto de sequências. Elas são um privilégio. Se você pode fazer, é porque tem gente querendo continuar a viagem", diz. Ele explica que o Rio de Janeiro foi escolhido como cenário para que cada filme da série tenha uma cara diferente e, para coroar isso, mostrar uma favela seria fundamental: "O Rio de Janeiro é lindo, e tem toda uma história. Em dez minutos buscando locações para filmar, sabia que aquele era o lugar [a favela não é identificada]. Quis dar uma cara diferente ao filme, e fico orgulhoso de ver que, nesse, os personagens estão mudados, cresceram, e que o filme tem sua identidade."

Esse crescimento dos personagens se reflete na escolha dos carros do longa: Justin diz que preferiu que eles fossem menos coloridos e tivessem menos adereços, e que sua performance fosse o principal. "Se você olhar o design dos carros, vai ver que eles não tem mais luzes de neon. Agora o que importa é mais o motor, a performance; os carros são mais funcionais. São como extensões dos personagens", explica.

No DVD, é possível conferir algumas cenas que foram excluídas do longa, bem como erros de gravação, vídeo sobre os carros utilizados e o filme comentado pelo diretor. No Blu-Ray, além desses extras há vídeos sobre a equipe, e sobre os personagens Dominic Toretto (Vin Diesel), Brian O'Conner (Paul Walker) e o agente federal Luke Hobbs (Dwayne Johnson).

Vilão brasileiro nunca veio ao país

Em entrevista ao UOL, o ator Michael Irby, que faz Zizi, braço direito do bandido Hernan Reyes (Joaquim de Almeida), conta que, apesar de viver um brasileiro em "Velozes 5", ele não veio ao Brasil para as filmagens e nunca esteve aqui. Para interpretar suas falas em português --que saíram, inevitavelmente, com algum sotaque--, Irby diz que treinou com professores, mas não foi uma tarefa fácil: "Foi muito difícil, tive alguns professores para treinar o sotaque, mas Justin [o diretor Justin Lin] vivia adicionando novas falas, e eu sempre tinha que explicar que não estava aprendendo a língua".

Apesar da dificuldade, o ator ficou feliz com o resultado. "Acho que fiz bem o papel. Talvez falantes de língua portuguesa não tenham entendido muito o que eu falei, mas os norte-americanos não entenderam nada mesmo... Com o pouco tempo que tivemos, foi o que deu para fazer. Não acho que a maioria tenha achado tão ruim assim, mas alguns sim, talvez", explica.

Por ser filho de pai negro e mãe mexicana, Irby diz que "pode se parecer com alguém de qualquer lugar" e isso lhe rendeu papéis em que tinha que usar diversos dialetos. "É engraçado e assustador, às vezes, você ter que interpretar uma pessoa em outra língua, no seu corpo", salienta.

Acostumado a fazer filmes e seriados de ação, Irby diz que gosta do aspecto físico dos papéis porque já jogou futebol semi-profissionalmente quando adolescente: "Gosto do aspecto físico desses papéis porque joguei futebol quando era mais jovem... Você pode deixar os pensamentos de lado e deixar fluir. Quando você está num set de filmagem e ouve fogos de artifício e tem que correr, isso ainda me surpreende. É divertido ter isso como trabalho e ser pago para isso. É o emprego dos sonhos", diz.