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"É uma história sobre um personagem dilacerado", conta produtor de "John Carter", candidato da Disney ao posto de novo "Avatar"

Taylor Kitsch e Lynn Collins em cena do filme "John Carter", de Andrew Stanton - Divulgação
Taylor Kitsch e Lynn Collins em cena do filme "John Carter", de Andrew Stanton Imagem: Divulgação

NATALIA ENGLER

Da Redação

01/12/2011 10h31

Primeira grande aposta da Disney para 2012, “John Carter” traz Andrew Stanton (“Wall-E”) na direção de seu primeiro longa de ação ao vivo, com uma história baseada no primeiro livro do autor de “Tarzan”, Edgar Rice Burroughs, chamado “A Princesa de Marte”.

As comparações com "Avatar" (2009), de James Cameron, são inevitáveis. "John Carter" acompanha um veterano da Guerra Civil americana que é transportado para Marte e se vê em meio a outra guerra, entre seres semelhantes aos humanos, que tentam salvar o planeta da destruição, e criaturas sanguinárias de três metros de altura. Além das semelhanças na trama, o filme também investe muito nos efeitos especiais, deve ser lançado em 3D e tem um ator pouco conhecido como protagonista (Taylor Kitsch), ao lado do veterano Willen Dafoe em um papel coadjuvante - "Avatar" tinha o então desconhecido Sam Worthington como protagonista, ao lado de Sigourney Weaver.

“Ele é sugado para uma guerra que não é muito diferente da que ele participou. É uma história sobre um personagem dilacerado, que começa a se salvar e a se tornar um ser humano novamente. É uma grande e dramática jornada de herói, mas também um romance”, conta o produtor Jim Morris. O filme está em fase de pós-produção e terá estreia mundial no início de março de 2012.
 

Trailer legendado do filme "John Carter"

Em entrevista por telefone ao UOL Entretenimento, Morris, que já havia trabalhado com Andrew Stanton em “Wall-E”, falou sobre a colaboração com o diretor, a escolha do elenco e os novos projetos da Disney e da Pixar.

UOL - "John Carter" é o seu segundo filme como produtor e também foi dirigido por Andrew Stanton, assim como "Wall-E" (2008). Como é trabalhar com ele?
Jim Morris -
Ele é ótimo, é extremamente disciplinado, um escritor e contador de histórias fantástico. É muito colaborativo, mas também tem um ponto de vista forte. É muito criativo e envolve todo mundo no trabalho. Ele tenta ficar dentro dos limites e nós [produtores] tentamos dar o que ele precisa.

UOL - Seu primeiro filme como produtor foi uma animação. Quais são as principais diferenças entre a produção de uma animação e de um filme de ação ao vivo?
Morris -
De certa forma, os passos que levam à realização do filme são muito semelhantes. Você pega um projeto, ajuda o roteiro a ser escrito, escolhe o elenco... A maioria dos processos de uma animação têm análogos em um filme com atores. Mas animações avançam em um ritmo muito controlado. Filmes de ação ao vivo têm momentos que são muito mais intensos. Podemos estar em um set, filmando com 500 pessoas envolvidas. Além disso, na animação, criamos cada pedacinho de tudo. Em um filme de ação ao vivo, o ator traz uma atuação que é diferente a cada dia, há o clima, que também influencia, e todo o tipo de interferências.

 


UOL - "John Carter" tem atores menos conhecidos nos papéis principais - Taylor Kitsch ("X-Men Origens: Wolverine") faz o personagem-título e Lynn Collins ("Possuídos") vive Dejah Thoris, seu par romântico. Como foi a escolha do elenco?
Morris -
Fizemos uma seleção de elenco muito extensa para encontrar nossos protagonistas. Taylor Kitsch é bastante conhecido nos Estados Unidos por um programa de TV de que participa [a série "Friday Night Lights"], mas não como ator de cinema. E Lynn Collins fez papéis menores em alguns filmes. Queríamos usar atores relativamente desconhecidos para este filme porque tínhamos a ideia de que o ator deveria se tornar o personagem. As pessoas não têm uma ideia preconcebida desses atores.

UOL - Willem Dafoe ("Anticristo") é um dos poucos atores mais experientes que estão no elenco. Como é trabalhar com ele?
Morris -
Ele é uma joia rara, uma alma muito gentil. Quando estava no set, sempre parecia que todo mundo estava de bom humor e tinha seus melhores desempenhos. Ele tem um comportamento calmo, mas expansivo. Sempre encontra tempo para todo mundo. É quase como um membro da realeza cinematográfica. Ele interpreta um personagem digital, mas o que trouxe para o personagem é muito bonito. É realmente um privilégio trabalhar com ele.

UOL - Você está trabalhando em algum projeto novo?
Morris -
Estamos fazendo um trabalho de preparação para uma sequência de "John Carter". O filme foi concebido para ser uma trilogia. Funciona muito bem sozinho, não deixamos nenhuma situação em aberto, mas pode se tornar uma trilogia. Não foi aprovado ainda, mas estamos trabalhando nisso, caso o filme seja bem sucedido. Também estou envolvido em todos os filmes da Pixar e estamos trabalhando em um projeto que deve estrear no próximo verão [do hemisfério norte], em junho de 2012. É uma animação chamada "Valente", sobre uma garota que vive nas terras altas da Escócia durante a Idade Média. É uma história sobre amadurecimento. Estamos realmente animados. É um filme muito espirituoso.