"Tive uma sorte tremenda de captar grandes momentos entre os cavalos e os atores diante da câmera", diz Spielberg sobre "Cavalo de Guerra"
Steven Spielberg não sabe andar a cavalo, mas tem muitos anos de convívio com os animais. E isso foi determinante na direção de seu novo filme, "Cavalo de Guerra", que estréia dia 25 de dezembro nos EUA e em 6 de janeiro no Brasil. “Não sei se muita gente sabe disso, mas eu vivo com oito cavalos", disse ele, em entrevista ao UOL. "Minha filha de 15 anos, Mikaela, é campeã de salto, e minha esposa, Kate [Capshaw], é amazona de dressage. Nos últimos 15 anos, acumulamos oito cavalos em nossas propriedades [a família Spielberg vive numa área semirural na região de Pacific Palisades, em Los Angeles, e em uma fazenda em East Hampton, no estado de Nova York]. Eu não ouso sair com eles, mas passo um bocado de tempo nos estábulos com meus filhos…”
Esta conexão, mais a emoção que Spielberg sentiu ao ver a peça homônima baseada no livro de Michael Morpurgo, convenceu-o a abrir espaço na sua agenda para realizar "Cavalo de Guerra". "Eu estava em Londres, num intervalo da produção de 'Tintim e o Segredo do Licorne', período em que os animadores estavam fazendo seu trabalho, e fui ver a peça. A única palavra que me ocorre é 'inefável' para definir o que senti. Me agarrou pelo coração. Liguei para casa e disse a Kate: 'Meu bem, sinto muito, vou continuar trabalhando'."
Ao contrário de "Tintim", "Cavalo de Guerra" é um filme à moda antiga, praticamente sem efeitos especiais, filmado em locação na região de Devon, na Grã Bretanha, e em cenários em grande escala nos estúdios Twickenham e num aeroporto abandonado em Surrey, próximos a Londres. Foi uma decisão estética tomada logo no início do projeto, Spielberg diz: “É o que o roteiro pedia. Noventa e oito porcento do filme é o que se passa diante da câmera, com cavalos de verdade. Há apenas três momentos em que usamos cavalos digitais porque os riscos de machucar os animais era muito grande - e não vou dizer quais são… Tive uma sorte tremenda de captar grandes momentos entre os cavalos e os atores diante da câmera. Em geral, você tem que cortar depois de certo ponto, porque é muito dificil ter um ator e um animal atuando bem ao mesmo tempo. Mas eu tive essa sorte - e quis manter o máximo possível dessas sequências longas, sem cortes, para que o espectador possa ver a interação verdadeira entre humanos e cavalos.”
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