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Descoberto em torneio de perguntas, garoto que vive filho de Tom Hanks fala três línguas e não pensa em seguir carreira de ator

ANA MARIA BAHIANA

Especial para o UOL, de Los Angeles

13/12/2011 07h00

Um garoto de 13 anos, fluente em três idiomas e vencedor do famoso concurso televisivo de cultura geral “Jeopardy”, é o astro de “Tão Forte e Tão Perto”, a adaptação cinematográfica do best seller de mesmo nome de Jonathan Safran Foer, dirigida por Stephen Daldry (“O Leitor”, “Billy Elliot”, “As Horas”).


Thomas Horn, de San Francisco, jamais havia atuado e nem pretendia atuar: seus interesses são a leitura (ficção, não-ficção, atlas e “National Geographic”), programação de computadores e aprender novas línguas (além de inglês, espanhol e croata, ele está aprendendo mandarim). Mas quando o produtor Scott Rudin o viu vencendo o torneio de perguntas “Teen Jeopardy”, em 2010, ele imediatamente sugeriu o nome a Daldry.

“Já tínhamos feito testes em todos os Estados Unidos, na Austrália, Nova Zelândia e Europa, sem bons resultados”, diz Daldry. “Pedi um teste com ele confiando no instinto de Scott, e não me arrependi. Difícil mesmo foi achá-lo. Acabamos localizando sua família através da escola dele.”

Thomas adaptou-se com facilidade ao protagonista de “Tão Forte e Tão Perto”, o menino-prodígio Oskar Schell, que atravessa Nova York em busca da solução para o que pode ser um enigma deixado por seu pai (Tom Hanks), morto nos atentados de 11 de setembro de 2001. Na verdade, em muitos aspectos, Thomas diz, ele gostaria de ser Oskar: “Aquelas expedições, as aventuras que ele planeja e executa com o pai me pareceram intrigantes”, diz Thomas, com uma articulação e vocabulário completamente inesperadas para sua idade. “Eu gostaria de fazer coisas assim. Vou apresentar a proposta ao meu pai”.

TRAILER DE "TÃO FORTE E TÃO PERTO"


Agora que Thomas está em cartazes pelo mundo afora – e, em breve, nas telas também – ele estaria considerando continuar uma carreira de ator? “Na verdade, não. Aceitei a proposta porque achei a possibilidade curiosa e fascinante. Achei que aprenderia muita coisa, e, de fato, foi o que aconteceu. A melhor parte foi trabalhar com Sandra Bullock, a maior estrela do mundo. Foi uma grande honra e nos divertimos muito”.

O que, então, ele gostaria de fazer? “Tenho pensado muito em como a disseminação de computadores e programas pode ser útil para tirar comunidades carentes da miséria. Lavradores na Índia, por exemplo, poderiam planejar melhor como plantar, quando colher, e como administrar suas finanças. Eu gostaria de fazer alguma coisa nessa linha”.

Depois de uma pausa, ele acrescenta: “Talvez eu consiga ter duas carreiras no futuro”.