Em Berlim, "Xingu" atrai interesse do publico e é bastante aplaudido ao final da primeira sessão
Com a sala parcialmente cheia, "Xingu" teve neste sábado sua primeira exibição no Festival de Berlim 2012, dentro da mostra Panorama. O filme de Cao Hamburger sobre os irmãos Villas-Boas e a história da formação do Parque Nacional do Xingu atraiu o interesse do público berlinense e foi bastante aplaudido ao final da sessão. Nem o diretor ou os atores estavam presentes. A primeira projeção para a imprensa será realizada apenas na quarta (15).
O filme, que tem produção de Fernando Meirelles, acompanha a aventura dos irmãos Villas-Bôas. Na década de 1940, Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-Bôas (Felipe Camargo, João Miguel e Caio Blat, respectivamente) juntaram-se às expedições organizadas pelo governo brasileiro para desbravar o interior do país. Suas vidas foram transformadas pelo contato com tribos indígenas que encontraram pelo caminho e tiverem papel importante na criação do Parque Nacional do Xingu, em 1961.
Quase todo rodado na região do Parque, com participação de cerca de 200 índios, o filme mostra como a aventura de três irmãos entediados com a vida urbana transformou-os pela experiência de descobrir culturas que jamais haviam tido contato com o homem branco. Mostra também, às vezes de maneira excessivamente didática, como contornaram os próprios erros e negociaram com os sucessivos governos em favor da manutenção das culturas indígenas.
A química entre Camargo, Miguel e Blat sustenta a dramaturgia linear de "Xingu". Os papéis masculinos e femininos dos índios também são dignos de nota. O que não se explica são participações como os de Maria Flor, que apontam para uma subtrama que nunca se revela na tela. Com muitos altos e alguns pontos discutíveis, o filme tem consistência o suficiente para seguir uma carreira promissora nos cinemas.
Em entrevista ao UOL, no fim de 2010, durante as filmagens de "Xingu", Hamburger disse esperar que o filme provocasse debate e discussões em torno do tema das políticas indígenas. "Acho que vai ser um filme polêmico, no sentido das políticas indígenas", disse ele. "Tem muitas vertentes de pensamento, e elas mudam sempre. É essa coisa do desenvolvimento versus a preservação. Eu espero que seja [polêmico]. Acho importante a discussão em cima de fatos. Se o filme conseguir trazer a história desses caras para uma discussão do futuro e do presente seria muito legal."
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