Anti-herói de Christian Bale em filme chinês se veste de padre e bebe: "Não vejo nada em comum com Batman"
Longe de Gotham City, da mansão Wayne, da Batcaverna e da parafernália de Batman, Christian Bale vive em "The Flowers of War" um outro tipo de herói, cujo hábito - ao contrário do que diz o ditado - faz o monge. O ator interpreta um americano pego de surpresa pela invasão japonesa de Nanquim, na China, em 1937, que se refugia em uma igreja com um grupo de noviças e outro de prostitutas. Para salvar as meninas e as mulheres da brutalidade dos invasores, ele se faz passar por um padre e decide ajudá-las a sair de lá.
"The Flowers of War", filme de Zhang Yimou sobre a invasão que ficou conhecida como massacre de Nanquim, está na mostra competitiva do Festival de Berlim 2012, mas não concorre aos Ursos de Ouro e Prata. Isso porque, segundo Yimou, já estreou na China e Estados Unidos. Mesmo assim, atraiu a atenção de boa parte da imprensa asiática presente no certame, que responde por uma grande parcela dos quatro mil jornalistas credenciados este ano, de acordo com a organização.
Bale e Yimou foram a Berlim para falar sobre "The Flowers of War" e promover o filme. Ao lado deles, estavam também as atrizes Ni Ni (a prostituta Yu Mo) e a estreante Zhang Doudou (a noviça Shu). Completaram a mesa o ator Tong Dawai, a escritora Yan Geling e os roteiristas Liu Heng e Zhou Xiaofeng.
Bale recusou toda as tentativas de comparar o "padre" John de "The Flowers of War" ao justiceiro encapuçado da trilogia "Batman" dirigida por Christopher Nolan. "Não vejo nada em comum com Batman", respondeu o ator em entrevista coletiva na tarde desta segunda (13), em Berlim. "Qualquer comparação nesse sentido eu deixo para vocês ou outros espectadores. Não gosto de fazer isso."
Mas o ator respondeu ao UOL quando questionado se as escolhas que pretende fazer na carreira de agora em diante contemplam mais filmes como "The Flowers of War" ao invés de grandes franquias como "Batman". "Tenho tido a sorte de poder escolher bons papéis", disse ele. "Adoro 'Batman' e fui muito feliz trabalhando com Christopher Nolan, mas quero tentar coisas diferentes também. No caso deste filme, havia a diferença cultural, que me interessava. E [voltar para a china] foi uma experiência incrível."
Para fazer o filme, Yimou se inspirou no livro "As Treze Flores da Guerra", de Yan Geling, que baseou seu romance em histórias verdadeiras, tanto de americanos em Nanquim, que ajudaram civis chineses a sobreviver durante e após o massacre, quanto de prostitutas que substituíram estudantes universitárias quando estas corriam risco de se tornar companhia forçada para satisfazer soldados japoneses. "Esse é um assunto trágico e delicado, enterrado na memória dos chineses", disse o cineasta. "Mas é necessário desenterrá-lo para manter viva a memória da tragédia. Além disso, houve uma boa resposta ao filme na China."
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