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Filme indonésio sobre menina criada em um zoológico desperta a curiosidade em Berlim

Cena de "Postcards from the Zoo" - Divulgação
Cena de "Postcards from the Zoo" Imagem: Divulgação

Alessandro Giannini

Do UOL, em Berlim

15/02/2012 10h56

Primeiro filme indonésio a ser selecionado para a mostra competitiva do Festival de Berlim 2012, "Postcards from the Zoo" foi acolhido com simpatia na sessão para a imprensa realizada na manhã desta quarta (13). Junto a "Tabu", talvez seja outro exemplo "fora da curva" entre os concorrentes aos Ursos. Se isso é boa notícia, só o presidente do júri Mike Leigh e seu séquito de jurados poderão responder no dia da premiação.

"Postcards from the Zoo" mostra a história de Lana (Ladya Cheryl), abandonada pelo pai quando pequena em um dos zoológicos de Jacarta. Criada pelos empregados e treinadores, ela cresce cercada de animais, jaulas e o som de uma vida selvagem fabricada. E aprende tudo o que pode sobre os hábitos dos bichos, desde os hipopótamos até os elefantes, passando pela sua espécie preferida, a girafa.

Quando entra em cena o excêntrico "caubói mágico" (Nicholas Saputra), Lana se apaixona e abandona o zoológico para entrar pela primeira vez no mundo real. Ela o acompanha em shows de mágica por espeluncas como uma boate ligada a uma casa de massagens. Mas ele desaparece como por encanto, o que a deixa sem opções e faz com que entre no ramo das "massagistas".


Colorido, solar e, por outro lado, melancólico, "Postcards from the Zoo" não fala sobre política ou família - duas tendências fortes nessa edição do festival. Mas é enfático na questão da saudade e dos desejos, as duas principais engrenagens da existência da personagem principal.

"A vida no zoológico é muito parecida com a vida fora dele", explica o diretor Edwin, ao responder por que ambientou o seu filme em um local como esse. "É um lugar em que muita se vai para olhar e também para ser olhado."

De acordo com uma das produtoras do filme, Lorna Tee, o cinema na Indonésia tem os blockbusters, filmes de médio orçamento e os "de arte". Segundo ela, um filme comercial grande pode levar até cinco milhões de pessoas aos cinemas, enquanto o filme anterior de Edwin levou apenas 500 mil. "Além disso, não temos incentivos do governo para filmar", completou.