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Diretor de filme luso-brasileiro festeja prêmio com champanhe e espera incentivo para o cinema em Portugal

O diretor português Miguel Gomes festeja o prêmio Alfred Bauer, por "Tabu", com champanhe (18/2/2012) - EFE
O diretor português Miguel Gomes festeja o prêmio Alfred Bauer, por "Tabu", com champanhe (18/2/2012) Imagem: EFE

Alessandro Giannini

Do UOL, em Berlim

18/02/2012 19h36

Com uma taça de champanhe em uma das mãos e o estojo do Prêmio Alfred Bauer na outra, o português Miguel Gomes, diretor da coprodução luso-brasileira "Tabu", exercitou um pouco de seu humor e ironia diante dos jornalistas que cobrem o Festival de Berlim 2012, na noite deste sábado (18). 

Na entrevista coletiva concedida pelos vencedores após a cerimônia de premiação, Gomes festejou o prêmio, embora tenha achado estranho o reconhecimento por inovação artística para um filme feito à moda antiga, em preto e branco e parcialmente sem falas.

"Parece que é uma tendência", disse ele, fazendo menção a "O Artista", ganhador da Palma de Ouro em Cannes e indicado ao Oscar de Melhor Filme.

Sobre as possibilidades que um prêmio como esse pode abrir para um filme como "Tabu", Gomes disse que espera não só econhecimento, mas uma mudança na política de investimento do governo português em cultura e cinema. 

"O cinema português foi premiado duas vezes, "disse o cineasta, fazendo menção desta vez ao curta "Rafa", de João Salaviza, ganhador do Urso de Prata na competição de curtas. "Espero que esses prêmios motivem o governo a investir em cultura, como em acontece em vários países europeus e também no Brasil. Todos os países precisam disso, pois sem financiamento não há mercado."

Salaviza, que falou antes de Gomes, se mostrou mais cético com relação ao incentivo do governo. "Não sei se vai ajudar ou não", disse o diretor de "Rafa. "Existe uma lei no Parlamento que está para ser votada e cria o incentivo ao cinema, que não existe em Portugal. Espero que esses prêmios chamem a atenção para essa necessidade."