Topo

"Me deparei com um roteiro insano, divertido, genuinamente brasileiro", diz Selton Mello sobre "Billi Pig"

Selton Mello em cena de "Billi Pig", de José Eduardo Belmonte Imagem: Divulgação

Sérgio Alpendre

Do UOL, em Tiradentes (MG)

03/03/2012 07h00

Protagonista de “Billi Pig” ao lado da estreante Grazi Massafera, Selton Mello conversou com o UOL durante a 15ª Mostra de Tiradentes, onde o filme teve pré-estreia e o ator foi homenageado. Aqui o ator discorre sobre o cinema brasileiro, sobre direção de atores, influências e, claro, sobre "Billi Pig", que estreou nos cinemas nesta sexta-feira (2).

 


UOL - Para iniciar com uma pergunta básica: fale um pouco de como começou sua relação com "Billi Pig".
Selton Mello -
O [diretor José Eduardo] Belmonte me enviou o roteiro, sabia que Vania Catani, produtora de “Feliz Natal” e “O Palhaço”, produziria, e me deparei com um roteiro insano, divertido, genuinamente brasileiro. Um personagem cativante numa atmosfera bem peculiar. Ou seja, convite aceito.

UOL - Qual a importância do personagem de "Billi Pig" em sua carreira?
Selton -
Tenho a impressão que consegui ali um registro de comédia diferente do que já havia feito. Algo que flerta com Billy Wilder e com as chanchadas do Oscarito. Wanderlei é um pobre diabo, um sujeito em apuros. A base de uma comédia nasce de um personagem em apuros.

UOL - Como foi contracenar com Grazi Massafera? A interpretação dela foi considerada por muitos uma grata surpresa?
Selton -
Eu já via diariamente no set como a Grazi estava indo muito bem. Quando vi o filme pronto foi uma constatação do que já intuía. Ela está excelente na tela grande, fazendo uma personagem cheia de nuances. Grazi vai surpreender nesse trabalho e tem um futuro lindo pela frente.


UOL - Você declarou ser um grande fã de Clint Eastwood. Há algumas similaridades entre sua trajetória e a dele. Ambos construíram uma forte persona cinematográfica (ele como durão e taciturno, você como garotão gente boa), e procuram desconstruí-la, ou mesmo negá-la, em alguns trabalhos. Você vê essa similaridade? Considera-se um ator-autor?
Selton -
Sou um grande entusiasta da obra do Clint, um diretor muito sensível e inspirado. Sempre fui colaborador de todos os filmes que fiz, mas acho que isso não é nada mais do que a obrigação de qualquer ator, trabalhar em prol do trabalho, oferecendo o melhor que puder no set de filmagem.

UOL - Conte um pouco mais sobre o convite para "Star Trek”.
Selton -
O que aconteceu ali foi um convite da equipe dele [J.J. Abrams], em nome do J. J., para o filme, mas não tinham um roteiro, um personagem específico. Cabia a mim me aventurar em tal travessia no escuro ou não, era pegar ou largar. E achei que não ficaria contente caso as coisas não andassem como eu gostaria. Então preferi seguir aqui o meu caminho, passo a passo. Sou muito grato pelo o que conquistei dentro de meu próprio país.

UOL - Pode enumerar os diretores que sabem dirigir atores no cinema brasileiro?
Selton -
Luiz Fernando Carvalho e Guel Arraes são os melhores diretores de atores com quem tive a sorte de trabalhar.


UOL - Na entrevista coletiva em Tiradentes você mencionou sua admiração por Tony Ramos. Que outros atores admira no cinema (dentro e fora do Brasil)?
Selton -
Os maiores atores do cinema brasileiro são Paulo José e José Dumont. Para citar um gringo, sou fãzaço do Sean Penn também.

UOL - E diretores?
Selton -
Lars von Trier, Christopher Nolan, Walter Salles, Alejandro Iñarritu, Woody Allen, Scorsese, Mallick, Fernando Meirelles e muitos outros que não caberiam nessas linhas.

UOL - Como você vê a crítica de cinema hoje? Houve alguma que te desagradou profundamente?
Selton -
A crítica pode completar um raciocínio, pode colocar luz sobre determinado aspecto de um trabalho seu que não estava sendo visto. Alguém disse certa vez que um filme passa a existir quando sai algo escrito sobre ele, uma crítica. Já tive críticas bem interessantes que me fizeram pensar de uma maneira saudável em evoluir na próxima chance e também críticas banais, pessoais, essas não valem nem esquentar a cabeça.

UOL - Pode adiantar alguns dos próximos projetos?
Selton -
Trabalho simultaneamente no lançamento de dois filmes: "Billi Pig", do José Belmonte, e "Reis e Ratos", do Mauro Lima. Enquanto isso, estou tateando o que vou fazer, lendo coisas, vendo filmes, vivendo a vida, me alimentando. No aguardo de algo que me arrebata e me faça querer transformar o que senti em alguma expressão artística.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

"Me deparei com um roteiro insano, divertido, genuinamente brasileiro", diz Selton Mello sobre "Billi Pig" - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade