"Anderson Silva: Como Água" abre mundo do MMA a leigos, mas deixa de fora história do ídolo
Quando Anderson Silva e sua equipe resolveram gravar o primeiro documentário na carreira do maior lutador de MMA da atualidade, o foco era apenas um: registrar a primeira vez em que o brasileiro resolveu se preparar para um combate fora do seu país. O resultado acabou sendo a filmagem dos treinos para uma das lutas mais emblemáticas de sua carreira e o filme “Anderson Silva: Como Água”, que chega aos cinemas nesta sexta-feira (16).
O pano de fundo deste lançamento é o UFC 117, edição do maior evento de artes marciais mistas que teve o campeão dos médios, Anderson, sendo desafiado pelo falastrão Chael Sonnen, dos Estados Unidos. Poderia ser apenas mais uma luta, mas um misto de fatores, como uma lesão do brasileiro e o doping do rival, além da própria dificuldade do paulista para vencer, tornaram o combate inesquecível.
“Como Água”, que foi dirigido por Pablo Croce e recebeu prêmio no Tribeca Film Festival, tem neste foco em apenas um momento da carreira de Anderson Silva seu trunfo e sua deficiência.
Com um público recente crescendo em torno do esporte, o documentário tem a chance de abrir o mundo do MMA aos leigos - mostrar além dos octógonos do UFC e acompanhar passo a passo como é a rotina da maior estrela do país, indo das dificuldades dos treinos aos muitas vezes entediantes momentos de promoção de uma luta - que o “Spider” mostra claramente odiar, em momento divertido do filme.
Em sua 1h15 de filme, “Como Água” se presta a acompanhar a preparação, mas acaba pecando ao não se abrir mais a outras facetas de Anderson Silva e se prender demais ao enredo proposto. A abertura explica o título do filme, com uma frase de Bruce Lee que serve de inspiração ao campeão. A história de superação prometida no cartaz passa rapidamente pela tela, falando muito brevemente de sua infância humilde.
Grande parte do trecho inicial do documentário acaba focando apenas nos treinos, o que se torna maçante, até por falhas técnicas. Erros no texto e a falta de legendas em algumas frases quase inaudíveis do lutador prejudicam o entendimento do espectador.
O filme esquenta com a aproximação da luta, cujo enredo já é conhecido - e espetacular: uma vitória inesperada de Anderson Silva, que apanhou por cinco rounds e conseguiu imobilizar o rival com menos de dois minutos para o encerramento. Também acaba mostrando a transformação da imagem do brasileiro, visto como marrento por suas provocações ao rival Demian Maia, no combate anterior, e passando a mocinho ao vencer Sonnen com uma costela trincada. O rival ainda foi flagrado em exame antidoping após a derrota.
“Como Água” chega ao mercado em um momento de explosão de MMA e da imagem de Anderson Silva. O histórico com Sonnen vai fundo nas polêmicas e minúcias que levaram ao combate, mas ao se pensar na carreira do brasileiro como um todo, o espectador pode sentir falta de um apanhado mais geral, que mostre de forma mais ampla a história do ídolo.
Como Anderson afirmou em sessão à imprensa, o documentário foi planejado para ser lançado mesmo que o brasileiro fosse derrotado por Sonnen, o que explica um pouco desta escolha. E, se depender do “Aranha”, a saga deste primeiro filme pode ser a primeira de várias, já que existe a intenção de se produzir uma continuação na revanche com Sonnen, programada para acontecer ainda em 2012.
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