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"Na Estrada", de Walter Salles, tem acolhida morna da imprensa internacional após Cannes

O diretor Walter Salles e a atriz Kristen Stewart posam para fotos no tapete vermelho do Palácio do Festival ao chegarem para a exibição de "Na Estrada" no Festival de Cannes 2012 (23/5/12) - Jean-Paul Pelissier/Reuters
O diretor Walter Salles e a atriz Kristen Stewart posam para fotos no tapete vermelho do Palácio do Festival ao chegarem para a exibição de "Na Estrada" no Festival de Cannes 2012 (23/5/12) Imagem: Jean-Paul Pelissier/Reuters

Thiago Stivaletti

Do UOL, de Cannes

25/05/2012 09h04

“Na Estrada”, o filme do brasileiro Walter Salles que estreou na última quarta-feira (23) no Festival de Cannes, teve uma acolhida apenas morna da crítica internacional.

Para Justin Chang, da revista “Variety”, é improvável que o filme ocupe o mesmo espaço do livro no imaginário das pessoas. “O filme fornece um equivalente superficial da prosa incansável do autor, complementado com altas doses de sexo, suor e nudez ocasionais”, escreve.  Ele lembra que o autor do livro, Jack Kerouac, chegou a oferecer o projeto para Marlon Brando no final dos anos 50, “uma era cujo clima social, moral e cinematográfico dificilmente teria gerado o tipo de filme que apareceu mais de 50 anos depois”.

Lee Marshall, da revista “Screen”, deu apenas duas estrelas para o filme e escreveu: “Apesar do bom elenco, da fotografia esplêndida e da ótima trilha de jazz, o filme falha em ‘incendiar, incendiar, incendiar como fabulosas velas romanas’, para citar uma das passagens mais célebres do livro”. O crítico termina o texto afirmando que o filme “parece um pouco vazio na sua busca incessante de limpeza visual e na maneira como critica o mito de Kerouac ao mesmo tempo que o glorifica.”

Veja o trailer de "Na Estrada"

No quadro de cotações da “Screen”, “Na Estrada” aparece em sétimo lugar na preferência dos críticos para levar a Palma de Ouro, atrás de diretores como Michael Haneke, Cristian Mungiu, Ken Loach e Thomas Vinterberg.

O britânico Peter Bradshaw, do jornal “The Guardian”, cravou: “Os belos planos e uma tristeza tocante não compensam o ar entediante de autocomplacência”.

Do outro lado da balança, uma das críticas positivas mais fortes veio de Kenneth Turan, do “Los Angeles Times”, um dos críticos mais respeitados dos EUA. “O filme de Salles é um poema em tom lírico sobre as aventuras de Kerouac. ‘Na Estrada’ capta a pureza que se busca há muito tempo e emprega jovens atores para mostrar que essa busca é eterna”.