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Jamie Foxx conta que monta seu próprio cavalo em "Django Livre", novo filme de Tarantino

Leonardo DiCaprio, Kerry Washington, Quentin Tarantino, Jamie Foxx e Christoph Waltz participação de sessão de fotos de "Django Livre" em evento dos estúdios Sony, em Cancún (México) (15/4/2012) Imagem: Divulgação

Natalia Engler

Do UOL, em Cancún (México)*

14/07/2012 00h00

Há mais de dez anos Quentin Tarantino queria escrever o roteiro de um faroeste à italiana que contasse a história de um ex-escravo convertido em caçador de recompensas. "Eu até tinha o título, ‘Django Livre’, mas não tinha a história", diz ele.

Em abril, o filme ainda era uma incógnita quando o diretor e parte do elenco --Jamie Foxx, Christoph Waltz e Kerry Washignton-- revelaram detalhes sobre a produção para um grupo de jornalistas de várias partes do mundo reunido em Cancun, no México.

DIVERSÃO NO SET

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Nunca estive em um set tão divertido. Ele [Tarantino] toca músicas entre os takes e, a cada cem rolos de filme usado, nós bebemos shots – de tequila ou outras bebidas.

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Jamie Foxx, sobre o clima no set de "Django Livre", filme de Quentin Tarantino

O grupo, do qual o UOL fez parte, assistira às primeiras cenas do filme na véspera, um mês antes de sua exibição no Festival de Cannes 2012, em maio. O longa estreia no Brasil em janeiro de 2013.

A nova produção de Tarantino se passa nos Estados Unidos do século 19, dois anos antes da Guerra Civil. Jamie Foxx é Django, um escravo que acaba sendo libertado pelo caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Waltz). Na trilha de dois criminosos, Schultz  promete deixar o ex-escravo ir embora depois de capturar os bandidos.

Mas os dois seguem juntos em sua jornada e vão em busca dos criminosos mais procurados do sul dos Estados Unidos, enquanto Django permanece focado em encontrar e resgatar Broomhilda (Washington), sua mulher, de quem foi separado muito tempo antes. A busca de Django e Schultz acaba levando-os até Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), o proprietário de uma plantação onde escravos são treinados para lutar uns com os outros.

Jamie e seu cavalo

Tarantino contou que uma ideia mais concreta para a história do filme surgiu durante a turnê de divulgação de “Bastardos Inglórios” (2009), no Japão, país em que ainda há muito interesse por faroestes à italiana e onde encontrou diversas trilhas sonoras raras desse gênero. “Eu estava no meu quarto de hotel explorando as trilhas e me divertindo, e então a história veio até mim e eu sentei e escrevi a cena de abertura”, disse.

DEFINIÇÃO DE 'COOL'

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Eu sou uma pessoa muito cética. Quentin convidou a mim e a Jamie para nos conhecermos em sua casa e eu queria ver se ele era tão 'cool' quanto parecia. Nós usamos a palavra 'cool' de uma maneira inadequada. Jamie é o verdadeiro 'cool'. Ele redefiniu a palavra 'cool'.

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Christoph Waltz, sobre o primeiro encontro com Jamie Foxx

O diretor não tinha nenhum ator em mente para o papel de Django quando escreveu o filme e testou seis artistas, incluindo Will Smith e Jamie Foxx. “Ele foi o último com quem me reuni, mas você sabe quando encontrou ‘o cara’. Ele entendeu o que eu estava escrevendo, o que eu precisava, e também, para dizer a verdade, ele era o caubói”, disse.

Foxx, que cresceu no Texas, assistia seriados como “Bonanza” na infância e brincava de caubói. “Quando você é criança no Texas, você gira sua arma de brinquedo e monta a cavalo. E quatro anos e meio atrás eu ganhei um cavalo de presente no meu aniversário e comecei a montar. E daí dou de cara com esse gênio do cinema, que eu chamo de Quentin Tarantino. Ele diz que tem um faroeste e eu digo ‘Bem, acontece que eu tenho meu próprio cavalo’. E o que foi ainda mais mágico é que meu cavalo está no filme, é o cavalo que eu monto”, antecipou Foxx. “E o cavalo dele é um personagem do filme. Seu nome é Tony e é um grande personagem”, completa Tarantino.

Influências

Além dos faroestes à italiana, Tarantino admitiu que seu filme tem outras influências. Uma delas é bem erudita e foge do universo da cultura pop em que o cineasta costuma beber: o ciclo de óperas “O Anel do Nibelungo”, do compositor alemão Richard Wagner, em que um dos temas são os encontros e desencontros dos amantes Siegfried e Brünnhilde.

“’Django’ se liga a todo o ciclo de filmes de vingança, não de uma maneira direta, como se imagina. Tem um pouco de 'western spaghetti', faroestes americanos, faroestes negros, como 'Buck and the Preacher' [1972, de Sidney Poitier] e 'Boss Nigger' [1975]. Mas também tem um tema do 'Ciclo do Anel' de Wagner. O personagem da Kerry se chama Broomhilda e esse aspecto é trazido pelo personagem do Christoph. Django está procurando sua mulher agora que está livre, e o Dr. Schulz reconhece que ele é um Siegfried da vida real. Ele tem uma fala: ‘Quando um alemão encontra um Siegfried real, é algo importante’”.

TRAILER DO FILME "DJANGO LIVRE"

Criação

Sobre seu processo criativo, o cineasta disse que geralmente tem uma ideia de como a história vai se desenvolver, mas tudo muda enquanto escreve. “Eu tinha a ideia de que Django enfrentaria todo mundo no final, mas só consigo pensar o que vai acontecer até a metade do filme. Os personagens me dizem quem são enquanto escrevo, tudo cria uma vida própria, mas é isso mesmo que eu procuro”, ressaltou Tarantino.

A música também tem um papel importante para guiar Tarantino nesse processo. “Mesmo antes de escrever o roteiro, quando penso em algo que gostaria de escrever, eu vasculho minha coleção de discos. É como se eu tentasse encontrar o cimento que vai manter todos esses tijolos juntos na casa que vou construir. Geralmente procuro a música para os créditos de abertura, e então continuo procurando mais músicas enquanto escrevo. E toco algumas das canções que acho que vou usar e literalmente passo a cena na minha cabeça”, descreveu.

Em “Django Livre”, uma das músicas que já se sabe que estarão presentes é “The Payback”, de James Brown.

* A jornalista viajou a convite da Sony Pictures.

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