Novo "Batman" encerra trilogia e deixa pistas para renovação do herói
Com "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge", que estreia no dia 20 nos EUA e no dia 27 no Brasil, Christopher Nolan coloca fim na sua participação em uma das trilogias dedicadas ao herói mais bem-sucedidas do cinema americano. Nolan não apenas encerra o arco narrativo protagonizado por Christian Bale, o cineasta também aponta o caminho para a renovação da franquia sem deixar brechas para armadilhas como o "reinício" (reboot, em inglês) no futuro. Os fãs do personagem criado por Bob Kane nos anos 1930 agradecerão.
Unidade e consistência são dois valores caros a Nolan, e ele prova isso em um filme que consegue introduzir novidades para elevar novamente o interesse dos espectadores sem deixar pontas soltas na narrativa. Tom Hardy no papel do vilão Bane e Anne Hathaway como a ambígua Mulher-Gato fazem essa função, assim como o jovem e impetuoso policial John Blake, personagem de Joseph Gordon-Levitt, e a misteriosa Miranda Tate, interpretada pela francesa Marion Cotillard.
O filme retoma a trama a partir do fim de "O Cavaleiro das Trevas" (2008), quando o comissário Gordon (Gary Oldman) diz: "Batman é o herói que Gotham merece, mas não o que necessita neste momento". Mais do que uma traição, o chefe de polícia apenas segue o roteiro proposto em segredo pelo milionário Bruce Wayne. Com a preservação da imagem de Harvey Dent (Aaron Eckhart), o Homem-Morcego sustenta a culpa por tudo que aconteceu e pode se retirar para os bastidores.
Trailer legendado de "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge"
Quando "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" começa, oito anos se passaram desde a onda de horror promovida pelo Coringa e Gotham está pacificada. Bruce Wayne está recluso na mansão e Miranda Tate, uma integrante do conselho das organizações do milionário, se encarrega de manter vivo o trabalho beneficente patrocinado por ele. Nesse contexto, Bane (Tom Hardy) entra em cena para recomeçar um novo período de terror através de um populismo às avessa – ele se diz um "homem do povo".
"Batman Begins" (2005) foi celebrado pela vetusta revista francesa "Cahiers du Cinema" não apenas como recomeço para a saga do Homem-Morcego, mas como uma leitura pop e inteligente das consequencias dos eventos que levaram ao fatídico 11 de setembro. "O Cavaleiro das Trevas" (2008) seguiu a escrita, ao falar de escolhas morais em tempos de uma crise econômica motivada por desregulamentação e ganância sem limites. "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" mostra o caos urbano motivado por sede de exposição, corrupção e desmando no governo.
Nolan nega que tenha pensado o novo Batman sob um ponto de vista político, mas ao evocar o "hiperrealismo"de Gotham como motivador ele certamente viu uma oportunidade de fazer ressonar na ficção mais absurda a realidade, contradições e absurdos que nos surpreendem no dia a dia.
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