Topo

Morre, aos 91 anos, o cineasta francês Chris Marker

O cineasta, fotógrafo e escritor francês Chris Marker, num raro registro fotográfico - Divulgação
O cineasta, fotógrafo e escritor francês Chris Marker, num raro registro fotográfico Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo*

30/07/2012 08h37Atualizada em 30/07/2012 11h00

O cineasta e fotógrafo francês Chris Marker morreu neste domingo (30), em seu aniversário de 91 anos, informou a imprensa local. O artista, que dirigiu “La Jetée” (1962) e “Sans Soleil” (1983), teve uma longa e destacada trajetória na produção de documentários. Em 1995, o cineasta Terry Gilliam dirigiu "Os 12 Macacos", inspirado em “La Jetée".

O presidente do Festival de Cannes, Gilles Jacob, foi um dos primeiros a comentar a morte do artista. "Espírito curioso, cineasta incansável, poeta, amigo de gatos, cinegrafista, personagem secreto, talento imenso, ficamos órfãos de Chris Marker”, escreveu Jacob, em seu Twitter.

Cineasta, fotógrafo, poeta, escritor, filósofo, crítico, Chris Marker foi “sobretudo um artista”, escreveu o jornal francês "L’Express", destacando as várias áreas nas quais Marker se aventurou.

Marker era conhecido por manter distância da imprensa e por não deixar ser fotografado. "Ele é famoso pela reclusão", disse à "Folha de S.Paulo" Bill Horrigan, que cuidou da exposição sobre o cineasta no MIS (Museu da Imagem e do Som), em 2009. "Ele protege sua privacidade num grau excessivo".

Nascido em 29 de Julho de 1921 com o nome Christian François Bouche Villeneuve, Marker começou a filmar na década de 1950 com “Olympia 52”, um documentário sobre Jogos Olímpicos de Inverno de Oslo de 1952, logo após a Segunda Guerra Mundial. O próprio Marker chegou a lutar na guerra do lado da resistência.

O cineasta assinou aproximadamente 50 documentários, que, segundo a Cinemateca francesa, "influenciaram profundamente o cinema mundial" e abordaram as principais mudanças do século XX.

De acordo com a imprensa francesa, Marker viajou, escreveu e se dedicou aos seus temas prediletos, como "a nostalgia do passado", mas também colaborou com conhecidos artistas, caso de Alain Resnais ("Hiroshima mon amour") e Costa Gavras ("Z").

Em comunicado, a Cinemateca considera que Marker é fruto de uma "arte de montagem poética" e "uma maneira desconhecida de olhar o mundo", enquanto companheiros como Gavras exaltam sua dedicação "às lutas operárias e aos combates pela emancipação e independência".

(Com informações da EFE)