Fernando Meirelles conta que apresentar "360" no Festival de Toronto foi um erro

No mês de lançamento do filme “360”, o cineasta Fernando Meirelles diz que foi um erro divulgar o longa no Festival de Toronto, por conta de um texto muito crítico que saiu no jornal “Guardian”, de Londres, logo depois. A entrevista completa está na revista "Bravo", que chega às bancas nesta quarta-feira (1°).

“360 foi um desses trabalhos em que tudo dá certo. Começamos a rodar em meados de março de 2011 e a montagem já estava fechada em agosto. A ideia era esperar o Festival de Berlim para lançá-lo, mas o Festival de Toronto nos convidou, bateu uma ansiedade geral e resolvemos colocar logo o barco no mar. Um passo errado. Na estreia, o filme começou bem, com risadas e calor do público. Até que, 30 minutos antes do final, um curto no surround gerou uma frequência grave. O azar é que era exatamente o tipo de frequência usada para se criar tensão no cinema, dessas que fazem vibrar seu estômago – é para isso que os surrounds servem”.

No dia seguinte, um crítico no jornal “Guardian”, de Londres, falou muito mal do longa e Meirelles brinca que quase "perdeu" seu roteirista de origem inglesa, Peter Morgan. “A jornalista estava presente na sessão e, não sei se por causa do som, não entendeu o filme. Não tem graça bater no zagueiro do XV de Piracicaba. É muito mais gostoso bater no Neymar. O Peter é uma unanimidade na Inglaterra, então apanhou feio e sentiu o tranco".