Diretor uruguaio quer que coprodução brasileira de novo filme seja reconhecida
Os realizadores do filme “Artigas, La Redota” vieram a Gramado com mais uma missão além de participar da competição de longas estrangeiros. Eles fazem na cidade um apelo para que o filme seja reconhecido pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) como uma coprodução brasileira. Seu diretor, Cesar Charlone, é uruguaio, mas mora no Brasil há 40 anos. É conhecido por ter feito a fotografia de “Cidade de Deus” (2002) e dirigido “O Banheiro do Papa” (2007).
Além de ter o diretor radicado no Brasil, “Artigas” tem vários brasileiros trabalhando na produção e no elenco. “Tentamos obter recurso no Brasil para fazer a pós-produção, mas não conseguimos e tivemos que pagar com nosso dinheiro. Agora não queremos mais recurso, queremos o reconhecimento porque o filme também é brasileiro”, disse Daniela Antonelli Aun, produtora-executiva do longa, em conversa com jornalistas neste domingo (12).
O roteiro do filme, no entanto, se concentra nas raízes do povo uruguaio por contar parte da trajetória de José Gervasio Artigas, herói nacional que lutou pela libertação do país contra o domínio europeu, no século XVIII. A história é contada a partir do famoso pintor Juan Manuel Blanes, que recebeu a encomenda de retratar o revolucionário 30 anos após sua morte. Com o quadro, os militares queriam pacificar o país. Para realizar a tarefa, Blanes dispõe de esboços realizados por Guzmán Larra, espião espanhol contratado para assassinar Artigas.
O diretor contou que teve cuidado para não cometer erros históricos, tamanha é a importância de Artigas para o Uruguai. No entanto, o filme teve licenças históricas, como definiu o diretor, já que o espião espanhol é um personagem fictício. Provocador, a produção causou muita polêmica no Uruguai, mas foi a mais vista do ano em seu país, segundo Charlone. Ainda não há previsão de estreia no Brasil.
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