Diretor de "Tropicalismo Now" diz que Caetano Veloso ficou de fora por ser muito "charmosão"
O diretor de “Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now”, Ninho Moraes, disse que se o documentário fosse feito na decada anterior ou na seguinte seria completamente diferente do apresentado na noite deste domingo (12), em Gramado. A produção, também dirigida por Francisco César Filho, não é panorama sobre o movimento artístico e político que agitou o final da década de 1960, mas mostra como a Tropicália é vista atualmente.
Para fazer essa reflexão, a produção mistura ficção – com esquetes dos atores Carlos Meceni, Gero Camila e Alice Braga – depoimentos de pesquisadores e um show de André Abujamra, realizado no Teatro Oficina especialmente para o filme. Com essa cara multimídia, o filme se aproxima ainda mais dos dias atuais, mas sem deixar de lado as características da Tropicália: muitas cores e diversidade de manifestações artísticas brasileiras.
Ninho Moraes falou ainda que o filme é um complemento do documentário “Tropicália”, de Marcelo Machado, também lançado neste ano. Deixando claro que a intenção não é dar aula sobre o movimento, o documentário deixou de fora das entrevistas nomes importantes, como Caetano Veloso, Os Mutantes e Tom Zé. “Você não pode querer abraçar o mundo”, disse Moraes. “O filme é mais para instigar o espectador a querer saber mais sobre o tema”. O diretor ainda deu outra explicação para deixar Caetano de fora. “Tudo o que Caetano disse está no livro ‘Verdade Tropical’ ou nas citações dos entrevistados. Além disso, ele é muito charmosão e ia querer puxar sardinha para um lado”, disse.
Uma das partes da produção que mais chamou a atenção foi o show que Abujamra comanda no Teatro Oficina, no qual recebeu diversos convidados, entre eles Luiz Caldas e Alexandre Nero. “Chamei o Luiz porque ele é meu amigo e toca pra c...”, disse. “Chamei o Alexandre Nero porque muito antes de ser ator famoso ele já era músico e excelente compositor”, contou Abujamra.
Apesar de contar com músicas empolgantes, como a própria “Tropicália”, de Veloso, interpretada por crianças do Projeto Guri, o público de Gramado pouco respondeu às canções. No bate-papo com a imprensa, Ninho Moraes disse que no Cine Ceará, onde o filme foi exibido pela primeira vez, as pessoas vibravam junto com as músicas. Entre os mais jovens, a resposta também foi mais positiva. O diretor disse que na exibição do filme na manhã desta segunda em Gramado, alunos da região acompanharam boa parte do documentário com palmas.
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