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Diretor de "Tropicalismo Now" diz que Caetano Veloso ficou de fora por ser muito "charmosão"

Os músicos Luiz Caldas, André Abujamra, os diretores Francisco Cesar Filho, Ninho Moraes (pai da atriz Alice Braga), o ator Carlos Meceni e a produtora Lili Bandeira divulgaram o filme "Tropicalismo Now - Futuro do Pretérito" em Gramado, na tarde desta segunda-feira (13) (13/8/12) - Graça Paes/Foto Rio News
Os músicos Luiz Caldas, André Abujamra, os diretores Francisco Cesar Filho, Ninho Moraes (pai da atriz Alice Braga), o ator Carlos Meceni e a produtora Lili Bandeira divulgaram o filme "Tropicalismo Now - Futuro do Pretérito" em Gramado, na tarde desta segunda-feira (13) (13/8/12) Imagem: Graça Paes/Foto Rio News

Mariane Zendron

Do UOL, em Gramado

13/08/2012 17h25

O diretor de “Futuro do Pretérito: Tropicalismo Now”, Ninho Moraes, disse que se o documentário fosse feito na decada anterior ou na seguinte seria completamente diferente do apresentado na noite deste domingo (12), em Gramado. A produção, também dirigida por Francisco César Filho, não é panorama sobre o movimento artístico e político que agitou o final da década de 1960, mas mostra como a Tropicália é vista atualmente.

Para fazer essa reflexão, a produção mistura ficção – com esquetes dos atores Carlos Meceni, Gero Camila e Alice Braga – depoimentos de pesquisadores e um show de André Abujamra, realizado no Teatro Oficina especialmente para o filme. Com essa cara multimídia, o filme se aproxima ainda mais dos dias atuais, mas sem deixar de lado as características da Tropicália: muitas cores e diversidade de manifestações artísticas brasileiras.

Ninho Moraes falou ainda que o filme é um complemento do documentário “Tropicália”, de Marcelo Machado, também lançado neste ano. Deixando claro que a intenção não é dar aula sobre o movimento, o documentário deixou de fora das entrevistas nomes importantes, como Caetano Veloso, Os Mutantes e Tom Zé. “Você não pode querer abraçar o mundo”, disse Moraes. “O filme é mais para instigar o espectador a querer saber mais sobre o tema”. O diretor ainda deu outra explicação para deixar Caetano de fora. “Tudo o que Caetano disse está no livro ‘Verdade Tropical’ ou nas citações dos entrevistados. Além disso, ele é muito charmosão e ia querer puxar sardinha para um lado”, disse.

Uma das partes da produção que mais chamou a atenção foi o show que Abujamra comanda no Teatro Oficina, no qual recebeu diversos convidados, entre eles Luiz Caldas e Alexandre Nero. “Chamei o Luiz porque ele é meu amigo e toca pra c...”, disse. “Chamei o Alexandre Nero porque muito antes de ser ator famoso ele já era músico e excelente compositor”, contou Abujamra.

Apesar de contar com músicas empolgantes, como a própria “Tropicália”, de Veloso,  interpretada por crianças do Projeto Guri, o público de Gramado pouco respondeu às canções. No bate-papo com a imprensa, Ninho Moraes disse que no Cine Ceará, onde o filme foi exibido pela primeira vez, as pessoas vibravam junto com as músicas. Entre os mais jovens, a resposta também foi mais positiva. O diretor disse que na exibição do filme na manhã desta segunda em Gramado, alunos da região acompanharam boa parte do documentário com palmas.