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"Posso perder meu visto americano", diz Meirelles sobre projeto de Onassis

O diretor Fernando Meirelles chegou ao Festival de Cinema de Gramado(10/8/12) - Itamar Aguiar/Pressphoto
O diretor Fernando Meirelles chegou ao Festival de Cinema de Gramado(10/8/12) Imagem: Itamar Aguiar/Pressphoto

Daniel Solyszko

Do UOL, em São Paulo

13/08/2012 16h31

Fernando Meirelles disse nesta segunda (13) em coletiva de seu filme “360” que espera polêmica para seu próximo projeto, “Nemesis”, adaptação da biografia de Aristóteles Onassis. “O filme terá o dobro do orçamento de ‘360’ e imagino que vai ser muito polêmico”, disse o diretor. “Posso até perder meu visto americano”.

Meirelles também falou sobre as dificuldades que encontra de público e distribuição no Brasil. “Não estamos conseguindo chegar no público”, falou. “O filme precisa pegar a classe C, que é mais acostumada a ver televisão. Filmes com violência e comédias estão mais próximas desse espectador. Não tenho interesse nesse tipo de filme, mas eles cumprem um papel importante”.

“No Festival de Gramado participei de um jantar e conversei com um cara de uma rede americana de cinemas, pessoas que tratam cinema como números”, completou Meirelles. “Percebi que quem decide o que passa no Brasil é gente que só olha números”. Ele também afirmou que apesar de não participar das discussões políticas de como fazer um filme no Brasil, sempre tenta encaixar alguma referência do país em seus filmes. “Prometi para mim mesmo que depois do ‘Nemesis’, vou fazer um filme no Brasil”, afirmou.

O diretor também falou sobre a experiência internacional de “360”, que envolveu atores e locações de diversas nações. “Eu usei no elenco estrelas muito conhecidas em seus países, mas o cachê não ficou caro porque o tempo de filmagem era curto e todos toparam”, disse Meirelles.

O diretor disse que 80% do filme é do roteirista Peter Morgan, 2% da peça “Reigen”, de Arthur Schnitzler e 18% dele. Ainda assim, ele falou que deu espaço para que o Anthony Hopkins colocasse uma carga autoral no filme. “Ele me pediu para interpretar ele mesmo. Ele se identificou muito com o papel, ele queria contar a sua história”, falou Meirelles.