Filme com Luana Piovani mira a internet, mas deixa de lado Facebook e Twitter
Único filme gaúcho na competição de longas nacionais do Festival de Gramado 2012, “Insônia” é datado e de nicho, mas as duas características são pontos positivos na opinião do diretor Beto Souza. O longa foi filmado em 2007 e mostra uma relação entre dois adolescentes construída por meio da internet, mais especificamente pelo Messenger. O filme deixa de fora sites de relacionamentos e outros aplicativos, que são mais usados hoje pelos jovens.
Na manhã desta quarta-feira (15), Souza contou que o filme só foi finalizado cinco anos após as filmagens por problemas de captação de dinheiro e defendeu que os diretores tratem suas produções como produtos e invistam mais em marketing e distribuição. “Os produtores não fazem o caminho completo. Quando o filme fica pronto, tem que virar produto e atingir o maior número de pessoas”, disse o diretor, que acredita que o tratemento comercial não fere a ideia do autor. “A gente reclama que os americanos invadem o mercado, mas eles estão certos. Várias pessoas precisam estar envolvidas no marketing”.
Sobre as tecnologias retratadas no longa terem ficado obsoletas por conta do atraso no lançamento, Souza explicou: “Há cinco anos nem se falava de Facebook e Twitter, mas o filme não fica defasado por isso. Acho legal mostrar como o mundo contemporâneo é veloz”, defendeu o diretor. O longa é baseado no livro homônimo de Marcelo Carneiro da Cunha, que conta a história de Cláudia (Lara Rodrigues), uma adolescente de 15 anos que perdeu a mãe quando ainda era criança. Vivendo apenas com o pai (Daniel Kuznieck), ela começa a ter dúvidas sobre amor, sexo e amadurecimento. Em uma viagem, ela conhece Andreia (Luana Piovani), que a ajuda a enfrentar seus medos. Segundo o diretor, Luana não veio a Gramado porque participa das filmagens de outro longa.
Assumidamente voltado ao público infanto-juvenil, o filme usa muitas animações infantis, o que, segundo o produtor-executivo Beto Rodrigues, foi um risco que valeu a pena assumir. “Adotamos uma estética naif, mas sabemos que nem todos vão achar os gráficos graciosos”, disse. “A interferência é como se fosse um diário da garota”, contou Souza. A equipe ainda comentou a iniciativa de fazer um filme totalmente voltado para um público de 14 e 15 anos de idade, no máximo. “É um filme de segmento, mas esse nicho não é explorado no Brasil”.
Também foi debatido com jornalistas, a questão de o nome do filme remeter a uma história mais pesada e voltado mais para o público adulto. A produtora Tatiana Sager admitiu que está enfrentando dificuldade para encontrar distribuidores internacionais. “O nome ‘Insônia’ é um problema quando a gente tenta vender o filme. Todo mundo comenta o título”. Mesmo assim, os realizadores do longa acreditam que podem atrair muitos adolescentes às sala de cinema. Exibido em Gramado, nesta terça-feira (14), o filme não foi recebido com entusiasmo pela plateia, composta por uma maioria de adultos.
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