Morre Tony Scott, diretor de "Top Gun", após pular de ponte nos EUA
O cineasta e produtor britânico Tony Scott, que dirigiu filmes como "Top Gun - Ases Indomáveis", cometeu suicídio no domingo aos 68 anos ao se jogar de uma ponte de San Pedro, Califórnia, informou o Instituto Médico Legal de Los Angeles.
De acordo com vários testemunhos, o cineasta teria sido visto parando o seu carro na ponte Vincent Thomas, que liga San Pedro à Ilha Terminal, em Los Angeles, às 12h30 (16h30 de Brasília) do domingo. Em seguida, ele teria escalado uma ponte de cerca de 2,5 metros e 3 metros, e se atirado ao mar, sem qualquer hesitação, informou o tenente Joseph Bale, do Instituto Médico Legal de Los Angeles.
De acordo com a rede de televisão norte-americana ABC , uma fonte anônima afirmou que Scott estava sofrendo de um câncer inoperável no cérebro, o que teria levado o diretor a cometer o suicídio. Uma autópsia seria feita ainda hoje, mas por enquanto ainda não houve nenhuma confirmação médica sobre o caso. Segundo o legista-assistente Ed Winter, o resultado será mantido sob sigilo até que exames toxicológicos e de outros tipos sejam concluídos.
A ponte Vincent Thomas, em Los Angeles, de onde o cineasta pulou no último domingo (19)
O corpo do diretor, irmão do também cineasta Ridley Scott, foi retirado da água perto da Ponte Vincent Thomas, ao sul de Los Angeles, e um bilhete escrito com sua letra que indicava as intenções suicidas foi encontrado no carro, estacionado na ponte.
"Confirmo que Tony Scott morreu", afirmou Katherine Rowe, porta-voz do cineasta.
A polícia informou que Scott havia estacionado o carro, um Toyota Prius negro, na ponte, antes de superar a barreira de proteção e se jogar no Oceano Pacífico. Um grupo de mergulhadores procurou o corpo no estreito de San Pedro e o cadáver foi encontrado às 15h (19h de Brasília), segundo Bale.
A polícia encontrou uma lista com nomes e números de telefone no carro do diretor após o suicídio. Segundo o site TMZ, a investigação concluiu que a lista teria sido elaborada para que as pessoas nela soubessem mais rapidamente da sua morte.
Um bilhete também foi encontrado no escritório de Scott. O conteúdo ainda não foi divulgado, mas rumores indicam que a nota conteria detalhes sobre a razão pela qual ele teria cometido suicídio.
Seu irmão Ridley ainda não se manifestou publicamente, mas foi visto embarcando num avião para Los Angeles no aeroporto de Heathrow, em Londres.
Denzel Washington, ator que mais trabalhou com o diretor, despediu-se de Scott deixando uma mensagem em sua página no Facebook. "Melhor do que mil palavras vazias, é uma palavra que traz a paz". Leia a repercussão.
Carreira
Scott, nascido no Reino Unido em 1944, deu início à carreira dirigindo comerciais nos anos 70. Na década seguinte, ele rodou seu primeiro longa metragem, "Fome de Viver", de 1982, com David Bowie e Catherine Deneuve como um casal de vampiros. O filme fez pouco sucesso de público, mas se tornou um ''cult'' anos depois e contribuiu para que o diretor assinasse seu primeiro - e maior - êxito comercial.
Em 1985, os produtores Don Simpson e Jerry Bruckheimer contrataram Scott para dirigir "Top Gun". A dupla de produtores era fã de "Fome de Viver". O filme se tornou um grande êxito, faturando mais de US$ 176 milhões (cerca de R$ 354,6 milhões) e alçando o protagonista Tom Cruise à condição de ídolo hollywoodiano.
O longa também abriu as portas de Hollywood para o diretor, que se tornou um disputado realizador de filmes de ação que conquistaram grandes bilheterias. Além de "Top Gun", Scott dirigiu "Inimigo do Estado", "Um Tira da Pesada 2", "Jogo de Espiões", "Incontrolável" e "Maré Vermelha", um de seus muito filmes protagonizada por Denzel Washington.
O cineasta Ridley Scott no aeroporto de Heathrow na manhã desta segunda-feira (20)
Scott também se firmou por seu estilo de edição rápida e pelos efeitos digitais que inseria em suas realizações. Ele voltaria a trabalhar com Simspon e Bruckheimer em outras produções de sucesso, como "Um Tira da Pesada 2" e "Dias de Trovão", no qual voltou a trabalhar com Tom Cruise.
Apesar de ter trabalhado para os grandes estúdios com roteiros menos ambiciosos que os escolhidos pelo irmão, Tony tinha a mesma inclinação pelo cinema independente e os projetos autorais que Ridley.
Em 1992, Scott foi apresentado a um grande admirador seu, o diretor Quentin Tarantino, que até então tinha dirigido apenas "Cães de Aluguel". Tarantino lhe entregou o roteiro de "Amor à Queima Roupa", que Scott acabou dirigindo, com Christian Slater e Patricia Arquette como protagonistas. O filme também adquiriu o status de ''cult'', mas ao contrário de "Fome de Viver", também fez sucesso de público.
Nos anos 2000, Denzel Washington, com quem já havia trabalhado em "Maré Vermelha", virou o ator assinatura de Scott. A parceria foi vista em "Chamas da Vingança" (2004), "Déjà Vu" (2006), "O Sequestro do Metrô 123" (2009) e "Incontrolável" (2010), o último filme de Tony Scott como diretor.
Apesar de ter rodado vários grandes sucessos, seus filmes poucas vezes foram saudados pelos críticos e ele nunca foi indicado a um Oscar.
Como produtor, apoiou filmes de baixo orçamento como "Corações Perdidos" (2010) ou "Cyrus" (2010). Também produziu "Prometheus" (2012), o filme mais recente de ficção científica do irmão.
Ele acabou tendo mais sucesso de crítica com as produções que realizou para a TV, como a série "The Good Wife", na qual foi produtor executivo juntamente com o irmão Ridley.
Incansável como Ridley Scott, o cineasta tinha mais de 30 projetos na fila, para dirigir ou produzir, entre eles um "Top Gun 2", no qual Tom Cruise retomaria o papel original. Recentemente, ele concluiu as filmagens de "Out of the Furnace", protagonizado por Christian Bale. O filme deve ser lançado em 2013.
Scott foi casado três vezes e deixa dois filhos de seu casamento com a terceira mulher, a atriz e modelo Donna Wilson.
(*com informações de agências internacionais)
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