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Equipe de Fernando Meirelles transporta cenas de "Cidade de Deus" para HQ que sai em 2012

MJ Macedo foi responsável por dois volumes da HQ de "Cidade de Deus" - Divulgação
MJ Macedo foi responsável por dois volumes da HQ de "Cidade de Deus" Imagem: Divulgação

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

30/08/2012 16h49

Em 2009, Fernando Meirelles já havia dirigido outros dois longas-metragens depois de “Cidade de Deus” (2002) – “O Jardineiro Fiel” (2005) e “Ensaio sobre a Cegueira” (2008) –, mas ainda guardava o desejo de transformar em HQ a história que tornou mundialmente famosos os personagens Zé Pequeno, Bené e Buscapé. “Em um papo de corredor na O2, em 2009, o Meirelles me confessou esse sonho de transformar o ‘Cidade’ em HQ e comecei a pensar nisso nas horas vagas”, conta Ricardo Laganaro, coordenador de 3D e computação gráfica da O2.

Em um papo de corredor na O2, em 2009, o Meirelles me confessou esse sonho de transformar o ‘Cidade’ em HQ e comecei a pensar nisso nas horas vagas.

Ricardo Laganaro, coordenador de 3D e computação gráfica da produtora O2

Em parceria com cartunistas, Laganaro trabalhou mais de um ano até chegar em um traço que agradasse o diretor. “No fim de 2010, chegamos na linguagem que Meirelles queria. Aí a coisa ficou séria e começamos a trabalhar nisso mais intensamente”, diz Laganaro, que assumiu a função de produtor dos quadrinhos.

Para acompanhar a trajetória do filme, que retrata três décadas, dos anos 1960 aos 1980, "Cidade de Deus - A HQ" também foi dividida em três volumes de 70 páginas. João Ricardo Bizzaro é o responsável pela arte do primeiro volume, sobre a infância dos amigos Dadinho e Bené, enquanto MJ Macedo cuida das outras duas partes, que se concentram na ascensão de Zé Pequeno no poder do tráfico do Rio de Janeiro. Segundo Laganaro, cada volume tem uma estética própria, como acontece no filme.

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    O projeto "Cidade de Deus - a HQ" coordenado por Ricardo Laganaro faz retrato fiel do filme

Bastante realistas, os desenhos foram feitos sobre os quadros do filme, selecionados pelo próprio Meirelles. As falas também foram tiradas do roteiro de Bráulio Mantovani. Por isso, quase tudo o que é visto nas telas foi transferido para as páginas.

O lançamento estava previsto para este mês e acompanharia a efeméride dos dez anos de lançamento do filme, mas como as imagens ficaram muito semelhantes aos rostos dos atores, a produtora teve de ir atrás de autorização de todos do elenco. “Os atores que não puderam ser contatados foram redesenhados e isso atrasou o projeto”, disse Laganaro.

Os esforços agora se concentram para que os volumes sejam lançados ainda neste ano. Segundo Laganaro, também não foi definida qual editora produzirá os exemplares. Após o lançamento dos três volumes em meses consecutivos, as HQs também devem ser impressas em uma edição de luxo.