Com cara de Oscar, "The Sessions" fala de homem paralisado que quer perder a virgindade
Mariane Morisawa
Especial para o UOL, de Toronto
07/09/2012 18h40
Sabe aquele filme que tem orelha de Oscar, nariz de Oscar, pé de Oscar, rabo de Oscar? Assim é “The Sessions”, de Ben Lewin, exibido para jornalistas nesta sexta-feira (7), no Festival de Toronto. Verdade que a produção também tem cenas de nudez feminina frontal (breves, na verdade), o que pode ser um pouco demais para a conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Mas a trama edificante é daquelas adoradas pelos seus membros.
A história faz lembrar um pouco a de “O Escafandro e a Borboleta”, de Julian Schnabel, e também é baseada em fatos reais. Mark O’Brien (John Hawkes, da série “Eastbound & Down”) é poeta e estudou em Berkeley, mas tem problemas motores sérios causados pela poliomielite. Fica deitado numa maca, sem se mexer, e à noite precisa dormir dentro de um “pulmão de ferro”.
Aconselhado pelo padre Brendan (William H. Macy), apaixona-se por Amanda (Annika Marks), uma de suas cuidadoras. Rejeitado, virgem, acaba procurando os serviços de uma terapeuta sexual, Cheryl, interpretada pela sumida Helen Hunt, vencedora do Oscar em 1998 por “Melhor é Impossível”.
Mark espalha tanto amor e humor que fica difícil não gostar dele – isso vale para as mulheres que aparecem em seu caminho e para o espectador. “The Sessions” é aquele tipo de filme que faz todo o mundo repensar na vida. Se Mark O’Brien pôde ser feliz, por que todos nós não poderíamos?