"Era Uma Vez Eu, Verônica" mostra dúvidas de uma geração em cores sutis
"Cinema, Aspirinas e Urubus" era um filme masculino sobre o encontro de Johann (Peter Ketnath) e Ranulpho (João Miguel). “Era uma Vez Eu, Verônica”, novo longa-metragem de Marcelo Gomes, exibido em sessão oficial quase lotada no Festival de Toronto, na noite do sábado (8), é feminino e fala dos desencontros de Verônica consigo mesma.
Hermila Guedes interpreta a personagem do título, uma garota normal, de hoje, que acabou de se formar em medicina, começa a atender como psiquiatra num hospital público em Recife, mora com o pai, a quem adora, tem uma vida sexual ativa, mas não está muito interessada em romance. Verônica parece ter tudo e nada ao mesmo tempo. O vazio não sai de dentro dela – um sentimento que parece ser o de toda uma geração.
No filme, ela deixa clara sua crise em falas para si mesma, como num diário um pouco repetitivo. Pouca coisa acontece, porque o cineasta está mais interessado nas dúvidas existenciais de Verônica, que cada vez mais se identifica com os dramas e loucuras de seus pacientes. Ela também tem vontade de gritar. Mas não grita. “Era uma Vez Eu, Verônica” é um filme na contramão do que se espera do cinema brasileiro: econômico, de cores mudas, sutil. Um pouco demais, inclusive. Mas reafirma a vontade de Marcelo Gomes de fazer um caminho próprio.
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