"Byzantium", de Neil Jordan, traz vampiras feministas e inventa nova mitologia
Neil Jordan já visitou o mundo dos sanguessugas no glamoroso “Entrevista com o Vampiro”, de 1994. Agora, ele volta ao mesmo universo em “Byzantium”, exibido em sessão oficial do Festival de Toronto na noite deste domingo (10). Desta vez, porém, o clima é mais para punk-rock do que corte de Versalhes.
Baseado na peça de Moira Buffini (roteirista de “O Retorno de Tamara”), “Byzantium” conta a história de uma jovem mãe, Clara (Gemma Arterton, de “O Príncipe da Pérsia”), e sua filha adolescente Eleanor (Saoirse Ronan, de “Hanna” e “Desejo e Reparação”). A diferença de idade entre as duas não é grande – uma foi transformada aos 20 e poucos anos, a outra aos 16. Nem a diferença de maturidade. Na verdade, Eleanor parece mais madura do que sua mãe, que, no entanto, é capaz de se prostituir para que a filha não passe por isso. A adolescente quer apenas levar uma vida normal, especialmente quando conhece Frank (Caleb Landry Jones).
As duas se refugiam no hotel que dá nome ao filme, cujo dono é o bondoso Noel (Daniel Mays), e acabam confrontadas com o passado, que envolve os militares Darvell (Sam Riley) e Ruthven (Jonny Lee Miller), este responsável por transformar Clara em prostituta, séculos atrás. Naquela época, ela engravidou e deixou a filha num orfanato, pensando protegê-la. Mas resgata a menina quando a vê ser ameaçada, ação que vai fazer com que sejam perseguidas.
É raro ver as vampiras como protagonistas de uma história. Em geral, elas são vítimas ou personagens secundárias. Aqui, estão no centro da ação e transformam os homens nos seres frágeis. “Byzantium” também cria uma nova e divertida mitologia vampírica, que envolve unhas em vez de dentes pontudos, cachoeiras de sangue e pássaros transformadores. Não tem vampiro virando pó durante o dia, muito menos brilhando, cheio de glitter, como destaque de escolha de samba. Nada a ver com “Crepúsculo”, portanto.
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