"The Impossible" usa realismo para mostrar tsunami e exige estômagos fortes
Desse jeito, vai faltar vaga para tanto candidato ao Oscar – pelo menos, nas categorias de atuação. Em “The Impossible”, de Juan Antonio Bayona, Naomi Watts dá novo show como Maria, sobrevivente do tsunami que matou mais de 200 mil pessoas no Sudeste Asiático, em 2004.
Baseado na história real de uma família espanhola que estava em férias na Tailândia, o filme acompanha Maria (Naomi Watts), seu marido Henry (Ewan McGregor) e os filhos Lucas (o ótimo Tom Holland), Thomas (Samuel Joslin) e Simon (Oaklee Pendergast), ingleses que moram no Japão e vão passar o Natal num resort no país. Os momentos de idílio são logo interrompidos pelo pânico de ondas gigantes, vorazes, que destroem tudo pelo caminho e separam a família. Maria e Lucas se encontram no meio do turbilhão de água. Mas não há sinal dos outros três.
Bayona (de “O Orfanato”) dirige as cenas como se fosse um filme de terror. E é o terror da vida real, daqueles que nenhum produtor de Hollywood seria capaz de imaginar por sua conta. As cenas são fortes e provocaram a saída de muitas pessoas na exibição oficial – duas pessoas chegaram a receber atendimento médico. Numa delas, quando a água baixa, dá para ver um rasgo gigante, com pedaço de carne pendente, na perna da protagonista. É breve, não aquela tortura de “127 Horas”.
O drama vem também do fato de todos sabermos que aquilo tudo aconteceu de verdade, não é invenção de Hollywood. Ao mesmo tempo, os personagens encontram razões para serem humanos no meio do caos e topam com pessoas que não se despiram de sua solidariedade apesar da tragédia. Lá pelo final, há um momento hollywoodiano demais, mas a intensidade dramática das sequências anteriores permanece.
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