Depois de "Os Vingadores", Joss Whedon ataca com Shakespeare moderno e em preto e branco
Joss Whedon é campeão de bilheteria neste ano com “Os Vingadores”. Mas, no Festival de Toronto, ele comparece com uma produção de orçamento bem menor e rodado em apenas 12 dias, entre a filmagem e a pós-produção do blockbuster: uma versão da peça “Much Ado About Nothing” ("Muito Barulho Por Nada"), de William Shakespeare. O diretor costuma promover leituras do dramaturgo entre amigos e juntou atores para filmar uma adaptação contemporânea, caseira, em preto e branco.
O texto fala de uma série de mal-entendidos e tramoias no jogo amoroso. Uma trupe liderada pelo nobre Don Pedro (Reed Diamond) chega à casa do governador de Messina, Leonato (Clark Gregg, o Agente Coulson de “Os Vingadores”). Lá estão sua sobrinha Beatrice (Amy Acker) e sua filha Hero (Jillian Morgese), que vão ser o centro da trama. A primeira é feminista, pouco preocupada em se casar, mas está apaixonada pelo oficial Benedick (Alexis Denisof), sem saber.
É pelo vaivém de palavras supostamente duras que se percebe. Ele, igualmente, não nota seu amor por Beatrice. Já a doce Hero encanta-se de cara por outro oficial da tropa de Don Pedro, Claudio (Fran Kranz), que retribui sua atenção. De casamento marcado, são vítimas de uma traição bolada pelo irmão do príncipe, o malvado Don John (Sean Maher).
Tudo se passa numa casa, como no original, só que numa casa moderna. Os personagens usam roupas contemporâneas, mas falam em grande parte o texto original de Shakespeare. Whedon carrega no humor que já existe na peça, uma comédia. Há momentos de puro pastelão, como a conversa de Claudio e Benedick num quarto de meninas, cheio de bichos de pelúcia. Mas o filme sai um pouco prejudicado porque seus protagonistas masculinos – Alexis Denisof e Fran Kranz – não seguram a onda. Melhor é a participação de Nathan Fillion (de “Castle”) como um policial whilário.
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