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Culpa do imperador Hiroito na guerra é discutida em "Emperor", com Matthew Fox

Ator Matthew Fox apresenta o filme "¿Emperor" no Festival de Toronto (14/9/12) - Mike Cassese/Reuters
Ator Matthew Fox apresenta o filme "¿Emperor" no Festival de Toronto (14/9/12) Imagem: Mike Cassese/Reuters

Mariane Morisawa

Especial para o UOL, de Toronto

15/09/2012 14h45

Não são poucos os órfãos da série “Lost” – atores incluídos. Matthew Fox, por exemplo, que fazia o dr. Jack Shephard, andou pelo teatro nos últimos tempos e foi acusado de bater numa motorista de ônibus e preso por dirigir embriagado. Finalmente, está de volta com “Emperor”, de Peter Webber (“Moça com Brinco de Pérola”), exibido na noite da sexta-feira (14) em sessão para a imprensa no Festival de Toronto.

Apesar dos episódios pouco felizes na sua vida real, Fox costuma funcionar bem em personagens em dúvida, mas de caráter inquestionável. É o caso do General Bonner Fellers, chamado pelo General Douglas MacArthur (Tommy Lee Jones) para investigar a real participação do imperador Hiroito no ataque a Pearl Harbor que começou o braço do Pacífico da Segunda Guerra Mundial.

Assim, MacArthur, que tinha a missão de reconstruir o Japão, poderia condená-lo e levá-lo a julgamento – ou não. Fellers é mostrado como um conhecedor da cultura japonesa, pela qual nutria profundo respeito. Nem ele nem MacArthur gostariam de depor e julgar o imperador, até pelo fato de que isso geraria uma revolta gigante num país que os Estados Unidos pretendiam “salvar”.

O filme trata a história com equilíbrio, sem glorificar os americanos. Na verdade, os japoneses são apresentados como muito honrados e leais, e até o imperador sai bem. É um episódio curioso da História, e contrasta com a recente invasão do Iraque, que terminou com a deposição e morte de Saddam Hussei.

O principal problema de “Emperor” é a hollywoodização: numa Tóquio destruída, com apenas dez dias para completar sua investigação, Fellers também parte numa jornada para descobrir o destino de sua amada, a japonesa Aya Shimada (Eriko Hatsune), verdadeira razão de sua proximidade com o país. Não precisava.