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Diretor de "Até Que a Sorte Nos Separe", Santucci quer relançar "Bellini e a Esfinge"

O diretor Roberto Santucci nos bastidores de "Até Que A Sorte Nos Separe", seu novo filme - Divulgação
O diretor Roberto Santucci nos bastidores de "Até Que A Sorte Nos Separe", seu novo filme Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

22/09/2012 07h30

Recordista de bilheteria nacional em 2011, com o filme “De Pernas Pro Ar” – que faturou R$ 3,6 milhões -, o cineasta Roberto Santucci resolveu apostar suas fichas no mesmo gênero este ano: no dia 5 de outubro, ele lança “Até Que A Sorte Nos Separe”, comédia de erros protagonizada por Leandro Hassum, Danielle Winits e Kiko Mascarenhas.

Baseado livremente no livro de autoajuda “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, o longa acompanha a falência do casal Tino (Hassum) e Jane (Winits), que em dez anos perdem a fortuna que ganharam na loteria. Mas a perda do dinheiro vem justamente no momento em que Jane anuncia estar grávida do terceiro filho do casal, fazendo com que Tino se desdobre para conseguir pagar as dívidas e esconder da esposa a real situação financeira em que eles estão.

Convidado pela Globo Filmes para dirigir o filme após o sucesso de “De Pernas Pro Ar”, Santucci revela que teve uma boa experiência no comando de “Até Que A sorte Nos Separe”. “Pude trabalhar com produtores muito acostumados com diretores-autores. Então tive uma liberdade muito bacana”, revelou o cineasta.

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Sou um entre os diretores nacionais que suam a camisa para ser exibidos

Roberto Santucci, diretor

Santucci, acostumado a dirigir suspenses como seu “Bellini e a Esfinge”, enfrentou bem suas empreitadas na comédia, mas reconhece que o gênero tem sua dificuldade. “Existe o famoso timing de comédia. Que você tem que desenvolver, na hora que filma e na hora que monta”, contou. O bom trabalho com a equipe e o elenco, porém, atenuou essa dificuldade em seu novo filme.

“Como eu estava trabalhando com o Paulo Cursino [roteirista], que é meu amigo, [o filme] virou uma parceria. E os atores são excelentes, sabem fazer comédia muito bem”, lembrou o cineasta, destacando os trabalhos de Leandro Hassum e Kiko Mascarenhas, que no filme ganhou o papel de Amauri, vizinho do protagonista e consultor financeiro. “Comédia é um dos maiores talentos do Hassum. E o Kiko Mascarenhas é muito estudioso, ele se entrosa bem com a cena”.

Já perto do lançamento, as expectativas do cineasta e da equipe para “Até Que A Sorte” são boas. O filme foi bem recebido pelo público nos testes de audiência que foram feitas durante a montagem e após o filme ter sido finalizado. “Cinema é uma caixinha de surpresas. Mas as pessoas responderam bem e isso nos deixa esperançosos”, revela.

E mal o novo longa terá estreado, o diretor já estará se preparando par divulgar outro trabalho. “De Pernas Pro Ar 2” estreia em novembro deste ano, trazendo as peripécias das amigas Alice (Ingrid Guimarães) e Marcela (Maria Paula), que tentam abrir uma filial de sua sex shop em Nova York.

O filme foi rodado em partes na cidade norte-americana, em uma experiência que Santucci define como “prazerosa”, apesar de ter tido que trabalhar com uma equipe diferente. “Algumas pessoas importantes da produção do Brasil foram e a produtora montou um esquema lá. Mas equipe que trabalhei era muito rápida”, elogia o diretor, afirmando que Nova York trouxe “sofisticação” ao filme.

Novos projetos
Em um bom momento por conta de seus sucessos, Roberto Santucci irá emendar sua quarta comédia seguida no final deste ano. Em novembro, ele começa a filmar “Dia Dos Namorados”, que tem o roteiro também assinado por Paulo Cursino e será lançado no ano que vem, na data comemorativa que dá nome ao longa.

Os protagonistas do novo projeto serão Heloísa Perissé e Marcelo Saback, que dirigiu o espetáculo “Cócegas” e também está em “Até Que a Sorte Nos Separe”. “Ele é um grande amigo nessa parceria de sucesso e acho que os dois vão ter uma química bacana”, diz o cineasta.

Depois de aproveitar a onda das comédias de grande orçamento que lhe abriram várias portas, Santucci pretende se dedicar a projetos mais autorais. “Sendo o vencedor de bilheteria, fica mais fácil [conseguir]. Para todos esses filmes, eu fui convidado. Mas quero chegar e fazer um filme que eu vou escolher”, reflete, acrescentando que tem vontade de trabalhar com outros gêneros, como suspense e ação.

“O ‘De Pernas’ partiu de mim, mas porque eu queria entrar na indústria, o que até então não tinha conseguido”, conta o diretor ao relembrar que, apesar de ter lançado “Bellini e a Esfinge” com um elenco encabeçado por Malu Mader e Fábio Assunção, ele não se saiu bem nas bilheterias brasileiras.

Atualmente, Santucci está trabalhando em uma remasterização de “Bellini” e pretende relançá-lo, seja na TV digital ou em um circuito de cinemas alternativos. “É um filme com um apelo bacana e tem um bom trabalho da Malu Mader e do Fábio Assunção”, avalia.

O diretor ainda quer lançar seu filme “Sequestro Relâmpago”, que foi feito em 2008 e recebeu prêmios de melhor filme no Festival de Paulínia e nos festivais brasileiros de Madrid e Los Angeles, mas nunca foi lançado por falhas das distribuidoras. “Sou um entre os diretores nacionais que suam a camisa para ser exibidos”, desabafa.