Documentários se sobrepõem a ficções no Festival de Brasília; veja lista dos dez melhores
Após seis dias de mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, é possível perceber que os filmes mais fortes e que geraram mais discussão foram os documentários ou os “docudramas”, filmes em que a fronteira entre realidade e ficção não fica completamente definida.
O domingo (24), último dia de exibições na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional, trouxe outros dois exemplares dessa tendência: “Elena”, de Petra Costa, e “Esse Amor que Nos Consome”, de Allan Ribeiro. Ambos emocionaram a plateia presente às exibições e entraram para a lista de dez filmes que se destacaram elaborada pela reportagem do UOL. Veja a lista e confira o resultado da premiação na noite desta segunda (24):
OS 10 FILMES QUE FIZERAM O FESTIVAL DE BRASÍLIA
"ELENA" | |
"ESSE AMOR QUE NOS CONSOME" Embora concorra na categoria longa metragem de ficção, o filme é quase um documentário que conta a história da companhia de dança carioca Rubens Barbot, cuja sede foi destruída em um incêndio há dois anos. A narrativa se passa após esse incêndio e mostra Barbot e seu companheiro de vida de 40 anos, Gatto Larsen, mudando-se para um casarão abandonado no centro do Rio, que embora lhes tenha sido cedido pelo proprietário, está à venda. Em meio a essa existência aparentemente sem certezas, a companhia desenvolve alguns espetáculos teatrais. Assista ao trailer. | |
"UM FILME PARA DIRCEU" | |
"ELES VOLTAM" Esta ficção de Marcelo Lordello conta a história da menina Cris (Maria Luiza Tavares). Após uma briga com o irmão dentro do carro, seus pais resolvem abandoná-los na beira da estrada para lhes dar uma lição. O irmão sai em busca de ajuda e também não retorna, o que obriga Cris a traçar seu próprio caminho de volta a sua casa e, durante o processo, amadurecer. | |
"A CIDADE" Concorrente na categoria documentário de curta metragem, esse filme da diretora gaúcha Liliana Sulzbach conta a história de Itapuã, no Rio Grande do Sul. A vila, que já foi habitada por quase 1.500 pessoas, hoje tem apenas 35 habitantes, todos com mais de 60 anos, que por motivos a serem revelados no filme nunca sairão de lá. | |
"KÁTIA" De Karla Holanda, o documentário de longa metragem mostra a vida de Kátia Tapety, a primeira travesti a ser eleita para um cargo político no Brasil. Moradora do interior do Piauí, Kátia conta, por meio do filme, como superou o drama de ser condenada pelo pai a não estudar e se tornou a cidadã mais popular da pequena Colônia do Piauí. Leia entrevista. Assista ao trailer. | |
"A MÃO QUE AFAGA" Essa farsa ficcional de curta metragem dirigida pela baiana Gabriela Amaral Almeida foi um dos filmes que mais arrancou risos da plateia, embora o tom da narrativa não seja necessariamente de comédia. O filme conta a história de uma operadora de telemarketing que, embora converse com “mais de 200 pessoas por dia”, é incapaz de desenvolver uma comunicação efetiva com outras pessoas no âmbito pessoal. Leia crítica. | |
"BOA SORTE, MEU AMOR" A narrativa não linear do diretor estreante Daniel Aragão é um dos destaques na categoria longa de ficção. O filme, com uma impecável fotografia em preto e branco e uma trilha sonora primorosa, conta a história de Dirceu (Vinicius Zinn), um herdeiro da aristocracia latifundiária pernambucana que se apaixona por Maria. Interpretada pela carioca Christiana Ubach, que impressionou a crítica ao viver uma pernambucana com sotaque perfeito, a musa de Dirceu é uma aspirante a pianista que, embora se envolva com o protagonista, não consegue se encaixar em suas aspirações de vida. A conturbada relação dos protagonistas (que o diretor classifica como um “antirromance”) obriga Dirceu a se confrontar com suas origens. Assista ao trailer. | |
"DOMÉSTICA" Concorrente na categoria longa documentário, o filme é um dos fortes concorrentes ao Troféu Candango pelo retrato antropológico que faz das relações trabalhistas das empregadas domésticas do país e pela forma inovadora como foi produzido. Dirigido pelo pernambucano Gabriel Mascaro, o filme foi feito com base nos relatos e filmagens de adolescentes de escolas públicas e particulares de todo o país. | |
"ERA UMA VEZ EU, VERÔNICA" Classificado pelo diretor Marcelo Gomes como “um ‘Shame’ sem vergonha” (em referência ao filme em que Michael Fassbender vive um homem ninfomaníaco), o longa de ficção conta a história de Verônica, em mais uma interpretação tocante de Hermilla Guedes, que deve levar o prêmio de melhor atriz. Médica psiquiatra recém-formada, Verônica vive a contemporânea crise do jovem que ascendeu profissionalmente muito cedo e, mas que não amadureceu emocionalmente. Quando entra em crise, Verônica descarrega a tensão no sexo, o que a torna incapaz de se envolver com Gabriel (João Miguel), um homem que quer ter uma relação estável com ela. Leia entrevista com o diretor. Assista ao trailer. |
*O repórter James Cimino viajou a convite da organização do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
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