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Filme sobre Luiz Gonzaga emociona a plateia na abertura do Festival do Rio

A nova ministra da cultura Marta Suplicy prestigiou a première do filme "Gonzaga - De Pai para Filho"  que abriu o Festival do Rio nesta quinta, no Cine Odeon, centro da cidade (27/9/12) - Foto Rio News
A nova ministra da cultura Marta Suplicy prestigiou a première do filme "Gonzaga - De Pai para Filho" que abriu o Festival do Rio nesta quinta, no Cine Odeon, centro da cidade (27/9/12) Imagem: Foto Rio News

Rodrigo Monteiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/09/2012 00h45

Na noite desta quinta-feira (27), no Cine Odeon, na Cinelândia, aconteceu a cerimônia de abertura do Festival do Rio 2012. Na noite de gala, o filme “Gonzaga – De Pai Para Filho” foi apresentado ao público que se emocionou com a história da relação de pai e filho entre Gonzaga (1912-1989) e Gonzaguinha (1945-1991). Durante a sessão, a plateia cantou as músicas junto com o filme, se emocionando em algumas cenas e rindo em outras. Os créditos finais subiram sob os aplausos dos convidados.

“São duas pessoas, um pai e um filho, ao mesmo tempo brigando e fazendo as pazes. Eu estou com orgulho de contar essa história que te faz chorar, sorrir, se apaixonar. Luiz Gonzaga uniu o Brasil de verdade e eu espero que o filme também faça isso”, disse o diretor Breno Silveira, afirmando sentir-se privilegiado de estar abrindo o Festival do Rio. “Eu vim tantas vezes, eu sonhei tanto em estar aqui nessa posição. Agora que estou, fica a emoção. Eu não esperava esse convite.”

A ministra da cultura, Marta Suplicy, destacou a importância do audiovisual na expressão da cultura nacional. “É enorme a honra de estar aqui para abrir este que é um dos cinco maiores festivais de cinema do mundo. Hoje estamos recebendo pessoas de vários países que vêm desfrutar a nossa cultura, conhece-la e fazer negócios. Viva o Festival do Rio”, saudou.

Sérgio Sá Leitão, o diretor da Rio Filmes, que comemora 20 anos de fundação sendo a principal patrocinadora do festival, destacou que, em 2012, a Rio Filmes vive o seu melhor momento com investimento de 86 milhões de reais no audiovisual carioca. "Bem vindos ao maior festival de cinema da América Latina no Rio de Janeiro", saudou parabenizando as organizadoras do evento, Hilda Santiago e Valquíria Barbosa.

Diretoras do Festival, as produtoras Hilda Santiago e Valquíria Barbosa subiram também ao palco.

“O cinema brasileiro nunca esteve tão pujante como está agora e que nós podemos ser muito mais sempre que a gente entender que essa é uma indústria muito importante”, lembrou Valquíria Barbosa, ressaltando sobre a necessidade de combater a pirataria.

A atriz Regina Duarte foi quem saudou o público, dizendo estar honrada em dar início a um evento de tamanha importância.
“É uma honra estar aqui apresentando a 14a edição do Festival do Rio. São 15 dias em que o Rio respira e transpira cinema em salas como essa, nas arenas culturais, na rua, na praia. São 427 filmes de mais de 60 países espalhados pela cidade em mostras diversas”, saudou a atriz que, nesse ano, completa 50 anos de carreira.

Gonzaga, De Pai Para Filho

Breno Silveira, diretor do filme, disse estar muito nervoso.

“Eu acho que nunca tive uma plateia como essa para mostrar um filme que saiu da gente. Eu estou trazendo de novo uma história brasileira. Eu amo esse país, eu amo a nossa terra. Essa história tem a nossa cara, ela tem o Brasil na veia. Eu acho que a gente vai gostar de se ver e espero que vocês gostem”, disse o diretor, também responsável pelo filme “Dois Filhos de Francisco”.

Para encontrar os atores, a equipe foi ao nordeste e fez um processo seletivo que teve mais de cinco mil inscritos, entre atores profissionais e amadores. Deles, dez foram levados para o Rio de Janeiro, onde enfrentaram dois meses de treinamento de elenco com Sergio Penna, que trabalhou em filmes como "Carandiru". De lá, saiu o intérprete de Gonzaga, o sanfoneiro Nivaldo Expedito de Carvalho, conhecido como Chambinho do Acordeon.

“É uma emoção muito grande. A sanfona me levou pro cinema. Foram 16 anos tocando sanfona e, de repente, estou na telona. Eu espero que o filme agrade a todos como Luiz Gonzaga e Gonzaguinha agradaram a todos. Eu vou continuar como sanfoneiro”, disse sorrindo o ator protagonista do filme, mostrando estar com as mãos tremendo de emoção.

Já ao buscar os intérpretes do filho, o diretor teve a sorte de se deparar, durante a fase de testes, com o ator Júlio Andrade, a quem definiu como “uma reencarnação do Gonzaguinha”.

“Minha relação com o Gonzaguinha nasceu quando eu tinha 18 anos de idade. Eu sempre fui fã dele. Eu fiquei sabendo desse personagem há cinco anos e, desde então, eu corri atrás dele. E consegui entrar no filme, sem nem achar que eu era parecido com ele”, disse o ator gaúcho Júlio Andrade.

A atriz Nanda Costa interpreta a personagem Odaléia, a mãe de Gonzaguinha, no filme.

“Ainda não vi o filme, estou super curiosa e muito emocionada por estar aqui”, disse a atriz de Paraty que está se preparando para a próxima novela das nove, “Salve, Jorge”, de Glória Perez.

Filme vai virar série para a televisão

Com muitas horas de gravação, não foi tudo de “Gonzaga – De Pai Para Filho” que pôde ser transportado para o resultado final que será exibido nos cinemas a partir do dia 26 de outubro. Mas as horas extras poderão ser vistas em breve como uma série exibida na Globo.

 “Quando eu filmei, eu não pensava nisso, mas eu tinha esse sonho. É um filme gigante e o legal é que eu vou poder trazer sequências que não couberam nas duas horas do filme. Gonzaga merecia cinco, seis, sete horas de filme. O bonito de ser uma série é que dá pra mostra mais o trabalho”, conta Silveira, acrescentando que mostrou o material ao produtor e diretor Guel Arraes, que se emocionou com o resultado e logo manifestou interesse no projeto.