Diretores de "Ruby Sparks" se impressionam com história de Gonzagão ao assistirem ao filme no Festival do Rio
Jonathan Dayton e Valerie Faris não se conformam. Em sua primeira visita ao Rio de Janeiro (e ao Brasil), encontraram a cidade debaixo de um temporal. “Não conseguimos ver quase nada daquele Rio que vemos em filmes e de que ouvimos falar”, lamenta o cineasta. Ele e a mulher e parceira de trabalho vieram ao Brasil para acompanhar as primeiras exibições de “Ruby Sparks – A Namorada Perfeita”, segundo longa dirigido pela dupla, destaque do Festival do Rio.
A programação foi intensa nas pouco mais de 48 horas em que os cineastas estiveram no país: além de uma maratona de entrevistas para a imprensa brasileira, eles acompanharam a primeira sessão do novo filme, na noite de domingo, no Cine Odeon, e participaram da abertura do festival, onde puderam assistir ao filme “Gonzaga – De Pai pra Filho”, longa de Breno Silveira sobre Luiz Gonzaga e Gonzaguinha.
“Nós adoramos. O diretor soube muito bem como contar essa história. E que história!”, afirma Dayton, que confessa ter visto muito pouco do cinema brasileiro. “Vimos ‘Cidade de Deus’ e...”, é interrompido pela mulher: “qual seu filme favorito brasileiro dos últimos tempos?”, pergunta Valerie, que anota a resposta, “O Céu de Suely”, para tentar procurar o filme de Karim Aïnouz.
“A mídia aqui no Brasil é bem diferente da dos EUA. Lá só respondemos perguntas sobre celebridades. É bem limitado”, lamenta Dayton. O interesse talvez seja fruto do alvoroço que o casal provocou seis anos atrás, quando os dois surpreenderam o mundo com “Pequena Miss Sunshine”, um filme independente estrelado por uma família desequilibrada, que conquistou público e crítica e os levou para a festa do Oscar. “Nunca imaginamos isso, foi impressionante”, diz Valerie.
O casal esteve envolvido com outros projetos, “mas nenhum deu certo”, diz o diretor, que afirma que o sucesso de “Miss Sunshine” não foi suficiente para que a indústria os respeitasse como artistas. “Só com ‘Ruby Sparks’ conseguimos o poder sobre o corte final do filme. Isso foi decisivo. Além do mais, foi um filme que já chegou como um pacote pronto para nós: tínhamos um roteiro, que nós adoramos, uma atriz e um ator com que já tínhamos trabalhado”.
O ator é Paul Dano, um dos atores de “Pequena Miss Sunshine”. Através dele, o casal conheceu Zoe Kazan, namorada de Dano, neta de Elia Kazan, um dos cineastas mais importantes de Hollywood nos anos 40 e 50. Zoe, que nunca havia assinado um roteiro antes, apresentou para a dupla um texto de uma comédia romântica sobre um escritor em crise que cria uma personagem que ganha vida. “É sobre o processo de criação de um artista, ficamos apaixonados”, diz Dayton.
Zoe Kazan e Paul Dano em cena de "Ruby Sparks - A Namorada Perfeita" (2012)
A dupla agora trabalha para divulgar “Ruby Sparks”: “não é um filme fácil de se vender porque mistura fantasia, melancolia e não tem um gênero totalmente definido”. Sobre um próximo projeto, a dupla avisa aos fãs que eles não terão que esperar outros seis anos. “Já estamos trabalhando nele, um roteiro próprio”, completa Dayton.
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