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Longa "Entre Vales" com Ângelo Antônio abre mostra competitiva do Festival do Rio

Ângelo Antônio atua como Vicente em cena de "Entre Vales" - Divulgação
Ângelo Antônio atua como Vicente em cena de "Entre Vales" Imagem: Divulgação

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/09/2012 00h56

O longa “Entre Vales”, de Philippe Barcinsky e fotografia de Walter Carvalho, abriu a mostra competitiva da Première Brasil no Festival do Rio, na noite desta sexta-feira (28), no Cine Odeon, na Cinelândia, tradicional sala de cinema carioca.

Protagonizado por Ângelo Antônio que vive o drama do economista Vicente, pai de Caio (Matheus Restiffe, ator revelação de 10 anos)e marido de Marina (Melissa Vettore), o longa de 80 minutos apresenta um drama intenso em que Vicente, após perdas familiares e profissionais, atravessa uma jornada errática de desapego.

Este é o segundo longa de Philippe Barcinskyque dirigiu os curtas “A Escada” (1996), “Palíndromo” (2001) e “A Janela Aberta” (2002), ganhadores de 60 prêmios e exibidos nos festivais de Cannes, Berlim, Roterdã e Havana. Barcinsky estreou na direção de longas com “Não Por Acaso” (2007), melhor filme de estreia no Festival de Chicago.

“Entre Vales é a história de um homem que vive uma jornada de perdas e recuperações. É um filme sobre as perdas da vida e a capacidade de se reinventar. O pano de fundo da história se passou com o universo de lixões, aterros sanitários e cooperativas de catadores. E, em primeiro plano, uma história muito emocional, uma jornada”, disse Barcinsky em entrevista no tapete vermelho antes da sessão.

A experiência de gravar com Ângelo Antônio protagonizando o filme foi “visceral”, define o diretor. “O Ângelo Antônio é um ator de muita entrega, muito visceral e o filme respeita o tempo de atuação, é uma experiência sensorial. O Ângelo trabalha muito bem o silêncio e consegue preenchê-lo com muita expressão”, destacou o realizador.

Mesmo sem poder comparecer à pré-estreia, não faltaram elogios ao ator que já interpretou Chico Xavier no cinema e integrou o elenco de “Dois Filhos de Francisco” e “A Beira do Caminho”, estes dois de Breno Silveira, também diretor de “Gonzaga- De pai pra filho”, longa da sessão de Gala do Festival.

“Ângelo está em Londres e não conseguiu chegar a tempo. Ele é um ator que se coloca num nível de concentração e numa sintonia quase espiritual. Tivemos momentos muito emocionantes com ele. É um filme para abrir o coração”, anunciou Barcinsky ao público que encheu o Cine Odeon.

“Hoje se encerra uma jornada de cinco anos da ideia até chegar à tela. É possível fazer um filme dramático e adulto. Filmar com o Waltinho mudou a minha visão de cinema e também me ajudou a reinventar conceitos”, destacou o diretor.

O longa foi rodado durante cinco semanas em junho de 2011 e tem previsão para estrear em abril de 2013.

A expectativa era grande para a pré-estreia que pode ser um termômetro para medir a recepção do público. “O Festival do Rio é uma das melhores aberturas possíveis do filme no Brasil e serve como curadoria internacional, abrindo para crítica”, admitiu Barcinsky.

No público formado por familiares e amigos dos diretores e da equipe do filme, a atriz Dira Paes compareceu como espectadora. “O Ângelo é um ator que tem despontado no cinema. Esse filme vai ser muito importante para o Festival do Rio”, ressaltou.

No início da sessão às 22h30, o longa apresentou um problema inicial de áudio e que, em poucos minutos de intervalo, a sessão foi reiniciada. Antes de ser exibido, às 22h15 o público pôde ver o curta “A Dama do Estácio”, de Eduardo Ades, com Fernanda Montenegro interpretando Zulmira, uma velha prostituta que um dia acorda obcecada com a ideia de comprar um caixão, e participação de Nelson Xavier.