Presidente da Disney International mira Nordeste brasileiro, mas descarta investir em telenovelas
O presidente do grupo The Walt Disney International, Andy Bird, descartou mudar o perfil da empresa somente para atender a características regionais, mas destacou como é possível atrair o crescente mercado voltado ao entretenimento de países como Índia, China e Brasil. As declarações foram dadas durante palestra do executivo em um evento de apresentação da marca Disney em Burbank, nos Estados Unidos, realizado na última semana e feito especialmente para explicar com a companhia atua no mercado da América Latina
"Não temos planos para nada mais no formato de telenovela, por exemplo", assegura o presidente, lembrando da atração com o formato mais parecido com o das produções brasileiras que a Disney tem para seu público adolescente. "Estamos muito contente com o sucesso de 'Violetta' e vamos continuar apostando nesse projeto."
Em especial, o Nordeste está na mira da Disney, que também deseja explorar o universo mobile com conteúdos interativos da marca. "Queremos estratégias para atender particularmente aquela região", afirma.
Bird prefere apostar não na mudança do estilo das atrações oferecidas, mas no próprio potencial do consumidor brasileiro. "Para nós, o interessante no mercado do Brasil é o crescimento da classe C e a performance econômica", diz Bird. "Vemos resultados incríveis com nossos filmes como "Os Vingadores", da Marvel", e no consumo de nossos produtos como o 'Club Penguin'."
Mercado local
O presidente acredita que, nos últimos 10 anos, houve uma mudança no cenário global, com países como Brasil, Índia e China sendo elevados à categoria de relevantes para os propósitos da Disney -- até então, quase a totalidade da produção da empresa era feita e voltada para os Estados Unidos.
De acordo com Bird, o mercado de entretenimento atual precisa ser pensado sempre de forma local. "Passamos a pensar em criar não mais A The Walt Disney Company Brasil e sim a empresa brasileira da Disney", explica.
O executivo explica como o controle austero da China em relação a conteúdo para TV e filmes, país que possui uma regulamentação rígida para liberar até mesmo produções tidas como inofensivas como animações, dificulta os negócios da marca Disney no gigante asiático. "Nós não podemos ter Disney Channel na China, e fazemos filmes que não sabemos se poderão ser exibidos no país", diz.
Para Bird, muito mais atrante é o mercado de outro país próximo, a Índia, onde 96% dos filmes circulantes são nacionais e a população é muito atraída por filmes e TV. "Nós queremos produzir em Bollywood filmes com a marca Disney, voltados para as famílias", afirmou o presidente.
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