Topo

"Foi doloroso", diz Wagner Moura, sobre ser pai que procura filho desaparecido em "A Busca"

Wagner Moura vive papel de médico desesperado à procura do filho desaparecido em "A Busca" - Reprodução
Wagner Moura vive papel de médico desesperado à procura do filho desaparecido em "A Busca" Imagem: Reprodução

Fabíola Ortiz

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/10/2012 01h51

Com atuação de Wagner Moura em thriller dramático, “A Busca” de Luciano Moura, primeiro longa de um dos diretores da O2 Filmes, é forte concorrente ao prêmio Redentor do Festival de Cinema do Rio, na mostra competitiva da Première Brasil. Exibido na noite desta quarta-feira (3), no Cine Odeon, o público lotou a sala de exibição na expectativa de ver a pre-estreia do longa que contou com Mariana Lima, participação de Lima Duarte no elenco e o ator revelação Brás Moreau Antunes, filho do cantor Arnaldo Antunes.

Wagner Moura vive o médico Theo, pai de Pedro (Brás Antunes), um adolescente prestes a completar 15 anos, que sai para viajar um fim de semana e não retorna para casa. Desesperado, Theo cai na estrada em busca do filho e vai reunindo vestígios por lugares onde o menino passou. A gravação do filme foi praticamente uma maratona, foram 38 locações em seis semanas, entre março e abril de 2011, em Paulínia, no interior de São Paulo.

“Foi um exercício doloroso para mim, eu que sou pai de três filhos. É um  filme sobre gerações. O Theo tenta controlar a família dele e um dia o filho some. Como um ser humano reage a todo esse mundo que ele construiu e desmorona? Eu próprio não consigo pensar numa coisa mais terrível”, contou o ator minutos antes da pré-estreia.

O filme de 96 minutos já foi exibido pela primeira vez no Festival de Sundance, em janeiro, nos Estados Unidos. Mas a expectativa era grande para a pré-estreia nesta quarta.

“Em Sundance, o filme foi super bem recebido. Se tiver um sucesso grande de público, é um precedente bom para o cinema brasileiro e muito bom em um ano que não tem sido dos melhores para as bilheterias”, admitiu Wagner. A produção de R$ 5 milhões tem lançamento previsto para março de 2013, adiantou ao UOL o diretor Luciano Moura.

“É  um thriller dramático porque tem a história da viagem, da busca do pai pelo filho que sumiu e, ao mesmo tempo, tem o drama da família que está se dissolvendo”, contou o realizador.  Segundo ele, Wagner Moura era a pessoa certa para o papel. “Pela idade, tipo, talento e até porque ele é pai também. Quando leu o roteiro, ele entendeu tudo isso e de primeira disse que iria fazer. É bom trabalhar com gente boa, é fácil. Os atores se dedicam, vão fundo e dão coisas para o personagem que eu não imaginava”.

O cantor Arnaldo Antunes, pai de Brás que interpreta o adolescente Pedro, estava ansioso para ver a estreia do filho. “É a primeira vez que vou ver o filme, só li o roteiro e adorei, estou curiosíssimo para ver. Estou na melhor expectativa possível. Hoje venho como paizão. Ele mandou muito bem pelo que falaram”, disse ao UOL Arnaldo Antunes.

Moura em atuação internacional

Wagner Moura está com a agenda cheia de trabalhos no cinema. Recentemente ele esteve no Canadá integrando o elenco da produção internacional do longa “Elysium”, do diretor sul-africano Neill Blomkamp, ao lado de Matt Damon, Jodie Foster, e da brasileira Alice Braga. A ficção deve chegar aos cinemas só no começo de 2013. Em seu primeiro filme estrangeiro, Wagner afirma ter sido uma experiência diferente pela língua. “É diferente, não é a minha língua, eu estava longe da minha casa”, disse.

Bem diferente do Capitão Nascimento que o imortalizou no cinema com “Tropa de Elite”, Wagner já lida com o próximo desafio. Ele foi escolhido para interpretar o cineasta italiano Federico Fellini em “Fellini Black and White” que será dirigido e roteirizado por Henry Bromell, produtor da série “Homeland”. No elenco estão confirmadas as presenças do ator americano Terrence Howard, Peter Dinklage (de “Game of Thrones”) e William H. Macy (de “Shameless”). Terrence Howard, que está no Festival do Rio, fez questão de visitar o amigo Wagner Moura na pré-estreia de “A Busca” no Odeon.

“Agora estou estudando a obra dele (Fellini), lendo muitas biografias, vendo filmes e estudando italiano”, adiantou o ator.